Aids está sendo discutida em Oficina regional
A Secretaria de Estado da Saúde (Susam), através da Fundação Alfredo da Matta e em parceria com o Ministério da Saúde, está promovendo a Oficina de Vigilância Epidemiológica da Região Norte. O evento, que começou nesta segunda-feira e será encerrado no próximo dia 20 de julho, tem o objetivo de discutir o processo de organização e de trabalho do projeto de implementação da vigilância epidemiológica do HIV/Aids e da Sífilis em toda a região Norte.
A oficina é coordenada pela epidemiologista Valderiza Lourenço Pedrosa, consultora do Ministério da Saúde para a região Norte na área de Vigilância Epidemiológica em DST/Aids. A reunião, que acontece na Fundação Alfredo da Matta, conta com a participação de representantes de todos os órgãos envolvidos com a vigilância epidemiológica no Amazonas. Paralelamente está acontecendo, na sede da Fiocruz, a reunião da Macrorregião Norte das Coordenadorias de DST/Aids, que também segue até a próxima quarta-feira, discutindo a implementação de ações na área, em todo o Norte.
Até o final da oficina será definido um planejamento básico com metas e ações a serem implantadas durante a vigência do projeto de vigilância epidemiológica do HIV/ Aids, que já está sendo implementado com o objetivo de promover a saúde e incentivar as ações de prevenção.
De acordo com a coordenadora estadual de DST/Aids, Leila Cristina Ferreira, dentre os pontos de discussão está o incremento do diagnóstico no interior do Estado, visando o início precoce do tratamento e a interrupção da cadeia de transmissão. Ela informa que atualmente em 19 municípios já é possível fazer o teste para detecção do HIV, sendo que em 11 deles é utilizado o teste rápido, que permite resultado conclusivo em cerca de 20 minutos. Nos outros, o método utilizado é o Elisa, triagem tradicional que precisa de teste confirmatório.
No Amazonas, segundo dados da Coordenação Estadual, existem mais de 2000 pessoas contaminadas pelo vírus HIV. Desse total 73% são do sexo masculino e 27% do sexo feminino. A média de contaminação no Amazonas ainda é de aproximadamente três homens para cada mulher. Segundo a Susam, de janeiro a março de 2005 foram notificados 21 novos casos de Aids no Amazonas. Desde 1986, já ocorreram 2.413 notificações na capital e no interior, dos quais 75 em crianças menores de 13 anos. Manaus concentra 88,8% desse total.
Segundo dados da Susam, de 70 a 75% dos casos positivos diagnosticados estão na faixa de 20 a 39 anos. Nesta condição estão 54,6% do total de casos masculinos e 21% do sexo feminino .
No interior do Estado 41 municípios notificaram casos de Aids, totalizando 271 casos, desde 1986. A maior concentração está em Parintins, com 44 casos. Tabatinga registrou 31, Tefé, 22, Humaitá, 20, Manacapuru, 18, Itacoatiara, 15, e Presidente Figueiredo, 13. O total de notificações no Estado é de 2.338 casos, com 37,8% (883) de óbitos. Os anos com o maior número de registros até o momento foram 1999, com 259 casos e 2000, com 265.
O Ministério da Saúde estima que existam no Brasil 600 mil portadores do HIV, mas que apenas um terço desse total, ou seja, 200 mil pessoas sabem que possuem o vírus.
Evitar a transmissão vertical do vírus é um dos focos
Leila Cristina destaca que, dentre as formas de transmissão do HIV, preocupa a chamada transmissão vertical (de mãe para filho, durante a gravidez). A transmissão pode ser evitada com a detecção precoce do HIV na mãe, somada à terapia anti-retroviral e ao acompanhamento adequado desde o nascimento, evitando, por exemplo a amamentação. Durante o pré-natal as grávidas são orientadas a realizar o exame anti-HIV, oferecido gratuitamente na rede pública de saúde. A meta é reduzir este tipo de transmissão. No Amazonas, foram registrados 75 casos de HIV/Aids em menores de 13 anos.
As mulheres que não realizam ou não apresentam o resultado do anti-HIV nas maternidades públicas são submetidas ao teste rápido momentos antes do parto. Em caso de resultado positivo a assistência à mãe e ao bebê é feita imediatamente e após o nascimento. Os casos são encaminhados para acompanhamento, tanto da mãe quanto do filho, na Fundação de Medicina Tropical.
Casos de Aids no Amazonas, por sexo, desde 1986
Sexo Casos
Masculino 1.688
Feminino 650
Total 2.338
DADOS GERAIS
No Amazonas
Número total de casos notificados desde 1986 – 2.338
Municípios que já notificaram casos de Aids – 41
Em homens – 72,3% (1.599 casos)
Em mulheres – 27,7% (613 casos)
Faixa etária com maior número de casos entre homens e mulheres – 20 a 39 anos
Mortes até o momento – 843