Alerta contra o preconceito

Oficinas, simpósios, caminhas e distribuição de preservativos e material informativo marcam, hoje, em Manaus, o Dia Mundial de Luta contra a Aids. De acordo com a Coordenação Estadual de DST e Aids, o objetivo é esclarecer a população sobre a importância do uso do preservativo em qualquer relação sexual e alertar sobre a transmissão do vírus HIV em todas as faixas etárias e grupos sociais. Além disso, a mobilização busca a redução do preconceito contra o portador do HIV. Participam das atividades setores do Governo do Estado, Prefeitura de Manaus e Organizações não Governamentais.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) mostram que no Amazonas 3.253 pessoas foram contaminadas pelo HIV, desde 1986, quando o vírus circulou no Estado pela primeira vez.

As estatísticas também apontam para a expansão da Aids entre diversos grupos sociais e de idade. Em 1989 para cada mulher havia 15 homens contaminados. Em 2005, a relação passou a ser de apenas 1 mulher para 1,8 homens. Atualmente, as mulheres já representam 30% do total de infectados.

Os heterossexuais chegam a 60% dos casos identificados, enquanto os homossexuais, antes mais expostos, somam agora apenas 7,2%. Segundo relatório sobre Aids no Brasil preparado pelo Ministério da Saúde, no Amazonas a heterossexualização foi precoce, com tendência de crescimento a partir de 1991.

De acordo com a Coordenação Estadual de DST e Aids, 42 dos 62 municípios amazonenses já notificaram pelo menos um caso de HIV. Na capital, ainda estão concentrados 88,96% das notificações. Parintins está em segundo lugar no número de infectados, onde 74 pessoas tiveram diagnóstico positivo para o HIV. Em seguida, vêm Tabatinga, Manacapuru, Tefé e Itacoatiara.

A taxa de incidência no Estado é de 17,4 infectados por grupo de 100 mil habitantes, ligeiramente menor que a taxa nacional (18 por 100 mil).

A faixa etária mais vulnerável, segundo as estatísticas é a que vai dos 20 aos 29 anos. Quase 40% dos infectados no Amazonas está nesta faixa de idade. Os que têm entre 30 e 39 anos respondem por 36% do total. Maiores de 50 anos já chegam a quase 6% dos casos.

Estudos da Coordenação Estadual indicam pauperização da epidemia, uma vez que a maioria das pessoas infectadas tem escolaridade inferior a 12 anos, embora 21,4% dos casos notificados não tenham registro de escolaridade.

Parcerias – Com o objetivo de conter o avanço da Aids no Estado, a Coordenação está trabalhando de forma articulada com o poder público municipal e com ONGs que atuam em favor da prevenção e controle das doenças sexualmente transmissíveis e Aids.

Diversos programas também estão em curso de acordo com coordenadora estadual de DST/Aids, Leila Ferreira. Dentre eles está o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, executados em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, cujo foco é o adolescente. Jovens, professores e voluntários das comunidades promovem ações e discussões sexo seguro e prevenção ao uso de drogas.

Leila afirma que campanhas de prevenção e testagem vêm sendo feitas ao longo do ano e que mais de 30 unidades de saúde realizam o teste para detecção do HIV na capital. No interior 18 municípios considerados pólos regionais oferecem diagnóstico e tratamento, com a oferta, inclusive do teste rápido.

Para reduzir os riscos de transmissão vertical (de mãe para filho), 11 unidades materno-infantis fazem o diagnóstico para HIV em grávidas que não fizeram o exame durante o pré-natal, além de oferecer tratamento à mãe com resultado positivo para o vírus e ao filho tratamento gratuito ante se após o parto.

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