AM discute em Brasília novo modelo de assistência psiquiátrica
A unidade estará voltada inicialmente para a zona Norte, área que concentra a maior incidência de pessoas com transtornos mentais, e vai viabilizar atendimento à população de acordo com as novas propostas nacionais de saúde mental.
O Estado também está participando das discussões sobre o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar, elaborado pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de reduzir progressivamente o número de leitos dos hospitais psiquiátricos e oferecer atendimento mais humanizado nos estados e municípios. O coordenador estadual de Saúde Mental, Rogelio Casado, está em Brasília, onde coordenadores estaduais, municipais e diretores de hospitais participam do primeiro seminário nacional para apresentação das principais metas e diretrizes do Programa.
Rogelio Casado diz que, de acordo com o Ministério da Saúde, a expectativa é que até o final deste ano os estados já tenham dado início à recomposição de seus parques hospitalares, com unidades de menor porte e com melhor qualidade da assistência hospitalar. As mudanças visam atender a Lei Federal 10.216, de abril de 2001, também conhecida como Lei Paulo Delgado. A Lei reorienta o modelo de atenção psicossocial, propondo a criação de uma assistência diária que valorize a manutenção dos laços familiares e sociais e a substituição dos manicômios por uma rede de atenção especializada.
Rede – No Amazonas, Casado explica que a nova rede de atenção à Saúde Mental contará com vinte Centros de Atenção Psicossocial na capital e em 14 municípios do interior, com dimensões e características próprias para atender as demandas de cada local. A rede deverá estar concluída em quatro anos. “Além dos CAPs para atendimento geral, teremos Centros para o atendimento específico de grupos como as crianças e adolescentes e os dependentes de álcool de drogas”. Os Centros contarão com equipes multidisciplinares e oferecerão atendimento psíquico e atividades que visam a inserção social do paciente.
Rogelio acrescenta que o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro também será reformulado para tornar-se um Centro de Reabilitação Psicossocial e não mais um local de internação de longa permanência. Atualmente residem no hospital 44 pacientes, alguns internados há mais de 50 anos. Outros 58 fazem parte são considerados “flutuantes”, necessitando eventualmente de internações.
A alternativa para os que perderam o vínculo familiar, segundo o psiquiatra, será o serviço residencial terapêutico, que significa o retorno para o convício social por meio de uma mudança para residências próprias. A mudança será assistida por profissionais, que também farão o acompanhamento clínico dos pacientes.