AM é pioneiro em terapia com células tronco
O Hospital Universitário Francisca Mendes e a Fundação Hemoam realizaram no Amazonas os primeiros implantes de células-tronco para tratamento cardíaco da Região Norte.
O procedimento foi feito no último final de semana em dois pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada (coração grande). Células-tronco extraídas da medula dos próprios pacientes foram introduzidas nas artérias que alimentam o coração. A expectativa da equipe de profissionais que realizou o implante é de que os pacientes tenham melhor qualidade de vida, mesmo convivendo com a doença. Os pacientes continuam internados e passam bem.
O implante marca o início da fase clínica do realizado pelo Ministério da Saúde em vários estados brasileiros, sob a coordenação do Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras (INCL/RJ). O objetivo é verificar a eficácia do uso de células-tronco adultas em doentes cardíacos graves
De acordo com o cardiologista do Hospital Francisca Mendes, Jaime Maldonado Arnes, que coordena o projeto no nível local, a expectativa dos pesquisadores é de que a terapia seja capaz de aumentar a qualidade de vida dos pacientes portadores de miocardipopatia dilatada, de causa indeterminada e que não respondem bem à terapia medicamentosa.
O estudo segue um protocolo nacional e vai incluir pessoas portadoras de 18 a 75 anos que se encaixem no perfil determinado para a pesquisa. “A quantidade de pessoas a participar do estudo é aberta. “Aceitaremos os que se enquadrarem nas características definidas pelo protocolo”. Os pacientes submetidos ao implante serão acompanhados ambulatorialmente por um período de 12 meses.
A imunologista da Fundação Hemoam, Adriana Malheiro, que divide a coordenação do projeto no Amazonas, com o Francisca Mendes, explica que a célula-tronco tem a capacidade de dar origem a diferentes tipos celulares do sangue ou outros tecidos do organismo. “Neste projeto em específico, a célula-tronco coletada é do próprio paciente, ou seja, é autóloga, evitando-se assim a rejeição imunológica”.
Adriana esclarece que as células-tronco são células mãe que têm a capacidade de se especializar em diversos tipos de tecidos, entre eles, o coração. Elas existem naturalmente em reservatórios do corpo humano, como a medula óssea, e podem ser retiradas por meio de aspiração feita com agulha específica. Para o implante, o material aspirado deve ser processado em laboratório (no Amazonas, a unidade responsável por este processo é o Hemoam) e injetado no órgão doente. No caso do tratamento de doenças do coração o implante é feito por meio de cateterismo cardíaco.
Nacional – O Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias irá pesquisar 1.200 pacientes em todos os Estados. A pesquisa envolve vários centros no Brasil e o Amazonas é o primeiro da região Norte a entrar na fase clínica do projeto. Serão estudados os efeitos das células-tronco em diversas doenças cardíacas e no braço de estudo relacionado a cardiopatia dilatada, do qual o Estado faz parte, participarão cerca de 300 pacientes.
Segundo o INCL, a pesquisa será fundamental para comprovar a eficácia já sugerida por pesquisas isoladas, bem como avaliar a aplicabilidade e a futura substituição dos tratamentos tradicionais por essas terapias no Sistema Único de Saúde (SUS). As cardiopatias que serão estudadas em todo o Brasil são: Cardiomiopatia Dilatada, Cardiopatia Chagásica (Mal de Chagas), Cardiopatia Isquêmica e Infarto Agudo do Miocárdio.
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