AM reduziu em 94.4% os casos de dengue

O balanço final da “Operação Impacto II – Controle da Dengue em Manaus” mostra que houve uma redução de 94,54% dos casos confirmados na cidade e de 90,64% dos notificados, de janeiro a abril de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro quadrimestre deste ano haviam sido confirmados 354 casos contra 6.478 registrados nos quatro meses, em 2008. Em relação aos casos notificados, foram 706, este ano, contra 7.543, ano passado. A redução da dengue em Manaus foi superior à queda de 20,3% registrada no Brasil e ajudou a tirar o Amazonas da lista do Ministério da Saúde dos estados que mais contribuem para a proliferação da doença no País, considerando que mais de 90% dos pacientes são da capital.

Na avaliação dos secretários estadual e municipal de Saúde, Agnaldo Costa e Francisco Deodato, respectivamente, a queda na proliferação da doença na cidade é resultado da união de esforços da Prefeitura de Manaus com o Governo do Estado e Forças Armadas, que atuaram em parceria num forte esquema de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. Os dois secretários apresentaram o balanço da campanha contra a dengue na manhã desta segunda-feira (11) no Salão Nobre da 12ª Região Militar, na Ponta Negra, ao lado do general da divisão, Marco Aurélio Costa Vieira e do presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo.

De acordo com Francisco Deodato, este é o melhor resultado no combate à dengue obtido no Brasil e reflete um trabalho pioneiro, e ousado, nunca antes experimentado na forma sistemática como se constituiu em Manaus. “Com a aproximação do fim do período chuvoso, a tendência natural é que a doença se estabilize. Mas a população precisa continuar fazendo a sua parte, cuidando para evitar os depósitos de água, onde o mosquito se cria”, alerta Francisco Deodato.

Lançada em janeiro de 2008, a Operação Impacto II, envolveu as áreas de vigilância do município e do Estado, por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS); as secretarias municipais de Meio Ambiente (Sema), Obras (Semosb) e de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), as Secretarias de Educação do Estado (Seduc) e do Município (Semed), o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Amazonas, além do Exército, Marinha e a Aeronáutica.

A operação atuou em várias frentes, identificando os focos do mosquito, eliminando depósitos de água, fazendo o trabalho de limpeza e também com ações educativas nas escolas estaduais e municipais. Cerca de 430 agentes de endemias, militares, bombeiros e agentes comunitários de saúde trabalharam, diariamente, em todas as zonas geográficas de Manaus. Desde o dia 19 de janeiro, foram visitados 369.431 imóveis em 154 bairros, cerca de 54.500 a mais do que a meta definida no início da operação, que era alcançar 314.923 endereços. Dos imóveis visitados, 88.625 receberam tratamento para eliminação de criadouros do mosquito.

“A estratégia de logística das Forças Armadas, que usou a experiência de ocupação do exército para atuar simultaneamente em várias áreas foi essencial para o alcance dos resultados”, observou o secretário estadual de Saúde, Agnaldo Costa, ao lembrar que o combate a dengue em Manaus foi um verdadeiro exemplo de que quando as instituições e a sociedade se unem os resultados são obtidos. A ação permitiu que 337.415 depósitos de água propícios ao desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue fossem eliminados. Outros 171.449 receberam tratamento anti-larvário.

A operação também atuou com nebulização espacial (fumacê) para o controle do mosquito adulto em 17.292 quarteirões da cidade, em uma estimativa de alcance de 432.300 imóveis. No período da campanha, a população contribuiu fazendo 349 denúncias ao Disk Dengue (0800-2808-280), com relação à presença de focos do mosquito e permitindo a entrada dos agentes nas residências.

A operação mobilizou vários segmentos da sociedade com campanha educativa, que envolveu palestras nas escolas e empresas e ações junto ao comercio. Mensagens em contracheques de servidores, contas de águas e extratos bancários, participação em eventos da indústria, distribuição de folders e cartilhas e até um concurso sobre a prevenção da dengue nas escolas fizeram parte da estratégia.

Representantes da Indústria e da Construção Civil aderiram a campanha, que também monitorou empreendimentos em construção.
O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, destaca o trabalho feito antes da operação, que consistiu no planejamento correto das ações, com avaliação de riscos. Segundo ele, desde novembro de 2008, na primeira fase da Operação Impacto, vem sendo feito monitoramento constante, a cada dois meses, por meio de indicadores como a ocorrência semanal de casos, a identificação do sorotipo circulante, a presença de larvas do Aedes Aegypti nos imóveis e o grau de susceptibilidade aos diferentes soropositivos da dengue, por bairro. “O trabalho ajudou a orientar as equipes sobre onde atuar de forma prioritária na eliminação dos focos da doença”, observa.

De acordo com Melo Manaus é a cidade coma maior vulnerabilidade de epidemia, segundo avaliação técnica do Ministério da Saúde. “Temos densidade do vetor, encontrado em todos os bairros, além disso, 70% da população é susceptível à dengue tipo 3, por ainda não ter contraído a mesma. Conseguimos estes resultados porque agimos no momento certo e de forma correta”, avaliou.
Novos desafios – Tanto o secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato, quanto o estadual, Agnaldo Costa, foram unânimes em afirmar que ainda restam desafios contra outras ameaças à população. A Influenza A, conhecida como gripe suína, e os problemas de saúde em decorrência da enchente dos rios foram os exemplos citados, bem como a malária, cuja campanha deverá ser lançada nas próximas semanas.
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