AM registra queda de 78% nos casos de dengue
Neste ano foram confirmados 767 casos e em 2003, foram 3.554. Segundo o secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim, a redução é resultado dos trabalhos de vigilância e educação em saúde, em parceria com a população, que vem respondendo às atividades realizadas nas comunidades, além do apoio de médicos, agentes de saúde da família, entre outros.
De acordo com Wilson Alecrim, um dos grandes parceiros na luta contra a dengue no Estado, assim como no Brasil, são as escolas. “Costumo dizer que nem o país mais rico do mundo poderia controlar doenças como dengue e malária somente com a visita de agentes, pois cada residência teria de receber a visita de um agente de saúde inúmeras vezes. Isso seria inviável do ponto de vista financeiro, e principalmente, de recursos humanos”, ressalta o secretário.
“Sem o apoio da criança e do adolescente que chega em casa e lembra aos pais e familiares o que viu na escola, o que aprendeu sobre as doenças endêmicas da região e fica cobrando a maneira certa de se evitar os mosquitos, não teríamos resultados tão satisfatórios”, diz Alecrim. O secretário ressalta ainda que a população deve continuar em alerta para os cuidados contra a dengue, principalmente durante o período de chuvas quando aumentam as condições para a proliferação e os riscos de transmissão da doença.
Segundo o diretor da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS/AM), Evandro Melo, as ações de educação em saúde realizadas junto à população devem continuar em 2005 como uma das principais estratégias para o combate e controle de endemias. “A população já está se sensibilizando sobre sua participação nesse controle, não só da dengue, mas também da malária e outras doenças”, diz. Como o mosquito da dengue é urbano e se adapta com muita facilidade, aproveitando qualquer recipiente que acumule o mínimo de água para desenvolver suas larvas, o diretor afirma que sem o apoio da população não seria possível controlar a doença e reduzir os índices de maneira sistemática como vem acontecendo.
Levantamentos realizados pela Secretaria indicam que do total de criadouros encontrados ao longo do ano em todas as zonas da cidade, 90% estavam nos domicílios ou áreas adjacentes. “É comum os focos estarem nas residências, quintais e terrenos abandonados, onde se acumulam latas, frascos, embalagens plásticas e garrafas, depósitos preferidos pelo Aedes aegipty para sua reprodução”, explica Evandro Melo. “Por isso deve-se evitar qualquer local que possa acumular água. A larva do mosquito transmissor da dengue pode sobreviver sem água por até um ano”, diz o diretor.