AM vacina mais de 1 milhão contra rubéola
A cobertura geral de vacinação contra a rubéola no estado do Amazonas ficou em 96,43% (com 1.111.258 pessoas imunizadas), sendo que 508.298 (88,7%) dos homens e 602.960 (104%) das mulheres foram vacinados durante o período da campanha, iniciada em agosto e concluída em dezembro. A capital, Manaus, com a meta de vacinar 643.650 pessoas alcançou a cobertura de 103%.
No estado, a adesão das mulheres superou a dos homens. Enquanto elas garantiram uma cobertura vacinal de 104%, eles chegaram a 88,7%, abaixo da meta de 95%. A coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Izabel Nascimento, comemora os resultados e destaca o esforço dos municípios para alcançar as comunidades mais distantes e de difícil acesso. Embora o Estado como um todo tenha superado a meta, 27 municípios não conseguiram alcançar os 95% de cobertura. Por outro lado, 16 municípios vacinaram além de 100% da população estimada.
O Ministério da Saúde realizou a maior campanha de vacinação contra a rubéola já realizada no mundo ao imunizar, nos últimos cinco meses, mais de 67,2 milhões de pessoas. A meta foi ultrapassada e alcançou 95,79% da população alvo. Diante deste resultado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, vão solicitar à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), no dia 3 de março, o reconhecimento do êxito da campanha de vacinação. É o primeiro passo para o Brasil conseguir o certificado de eliminação da circulação do vírus da rubéola no país.
“Essa é uma conquista que tem de ser comemorada e dividida com toda a população brasileira. É um feito histórico e que aponta o Brasil para o caminho da eliminação da circulação do vírus no país”, comenta o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Os dados do Ministério da Saúde mostram que, entre as mulheres, foram vacinadas mais de 34,8 milhões, com 98,4% de cobertura. Entre os homens, o número de vacinados chegou a 32,4 milhões, alcançando o índice de 93,1% desse segmento da população. No grupo de 12 a 19 anos de idade, foram alcançadas altas coberturas precocemente, chegando a 108,44%. Nesse caso, há duas explicações: a estimativa de público alvo se deu sobre uma base populacional defasada ou foram imunizadas pessoas com idade próxima ao limite fixado pela campanha. Já no grupo de 20 a 39 anos, o percentual de cobertura ficou muito próximo do preconizado: 94,45%.
No tocante às regiões brasileiras, as coberturas chegaram no Nordeste a 98,98%; no Norte a 97,0%; no Centro-Oeste a 98,8%; no Sudeste a 94,0% e no Sul a 92,9% (veja tabela por estado).
CERTIFICADO – A concessão do certificado de eliminação da rubéola, um documento internacional, ocorrerá em duas etapas. A primeira é a certificação que a campanha teve êxito e o país conseguiu atingir a meta de vacinação. A segunda etapa é comprovar que não há transmissão do vírus da rubéola no país. Durante o período de vigilância epidemiológica, se identificado qualquer caso, as autoridades sanitárias farão o bloqueio para que a rubéola não se espalhe. A previsão é que, até meados de 2009, o país esteja livre da doença e, no fim do ano, tenha eliminado a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC – transmitida da mãe para o filho, durante a gravidez).
“O reconhecimento internacional, certificado por um comitê indicado pela OPAS, será efetivado após 12 meses sem evidência da circulação do vírus da rubéola, de acordo com critérios epidemiológicos pré-estabelecidos”, afirma o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Oliveira Penna.
PROTEÇÃO POPULACIONAL – Nesse período em que brasileiros suscetíveis (não vacinados) podem se infectar em países onde o vírus ainda circula, é preciso manter os altos níveis de cobertura vacinal (acima de 95%) com a vacina tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba) no grupo de crianças de 12 meses de idade, e uma dose de reforço entre quatro e seis anos de idade.
Essa alta cobertura produz uma proteção populacional (imunidade de grupo), pois o vírus, ao “não encontrar pessoas sem anticorpos para infectar”, não consegue circular de uma pessoa para outra. O Ministério da Saúde reforça que, mesmo com o fim da campanha, há vacinas contra a rubéola nos postos de saúde e lembra que mulheres grávidas durante o período da campanha e que já deram a luz devem se imunizar.
Ao mesmo tempo, a vacinação de rotina dos serviços de saúde de crianças maiores, adolescentes e adultos não vacinados vai continuar e uma detecção precoce de casos suspeitos de rubéola e rápida reação, com investigação e vacinação de bloqueio, ocorrerão prontamente.
RUBÉOLA NO MUNDO – Todos os países da região das Américas assumiram o compromisso, junto ao Conselho Diretor da OPAS, formado pelos respectivos ministros da saúde, de eliminar a rubéola e a SRC até 2010. Até o momento, a eliminação de ambas só foi estabelecida nos Estados Unidos.
A tendência é o Brasil seguir o exemplo dos EUA, onde a meta de eliminação vem se consolidando pela função da manutenção de altos níveis de cobertura vacinal e da adoção de medidas de controle frente à ocorrência de surtos. Nos Estados Unidos, ocorreram surtos da doença nos anos que se seguiram à eliminação da circulação autóctone, em decorrência da importação de casos de outros países do mundo e de casos secundários a essas importações, ou seja, turistas ou viajantes que chegaram com a doença e contaminaram outras pessoas.
PARALISIA INFANTIL E SARAMPO – O Brasil já erradicou duas doenças: varíola (1973) e poliomielite (1994). Em 1992, foi realizada uma Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que obteve êxito de 100% da população alvo – 52 milhões de crianças de um a 14 anos imunizadas na ocasião. Com isso, foi se consolidando a rotina de vacinação e as campanhas com menores de cinco anos. A partir de 2001, todos os casos confirmados de sarampo no país foram importados ou decorrentes de um caso importado. “Desde 2006, não houve mais registro de novos casos da doença, perfazendo mais de dois anos sem confirmação de sarampo no país, referendando a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde“, ressalta a coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações, Marília Bulhões.
NÚMEROS DA CAMPANHA DE VACINAÇÃO CONTRA RUBÉOLA
– 67,2 milhões de pessoas vacinadas
– 34,8 milhões mulheres vacinadas
– 32,4 milhões homens vacinados
– 84 mil doses de vacinas (R$ 135,2 milhões)
– 90 milhões de seringas e agulhas (R$ 8,9 milhões)
– 220 mil pessoas mobilizadas, entre voluntários e servidores da saúde
– 10 aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB)
– 41 mil carros
– 600 barcos
– R$ 3,4 milhões para a compra de caixas térmicas
– R$ 1 milhão para bobinas de gelo reutilizáveis
– R$ 2,3 milhões em treinamento, supervisão e assessoria
– R$ 2 milhões em materiais impressos
– R$ 19 milhões em campanha publicitária
* Os investimentos citados acima são oriundos dos governos federal, estadual e municipal e recursos internacionais.
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