Amazonas discute novas ações para malária
Até o dia 18, secretários de saúde e representantes dos 20 municípios prioritários para o combate à malária, discutem novas estratégias para controlar a doença. De acordo com a secretária de Saúde, Leny Passos, a intenção do Governo do Estado é intensificar as ações de combate e prevenção no interior para garantir que a tendência de queda registrada em Manaus no primeiro semestre se repita em todo o Estado, mesmo no período de maior pico da doença – entre os meses de julho e outubro.
Os números da doença em Manaus caíram 10% nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período de 2003. A queda foi mais acentuada nos meses de abril e maio, chegando a 40% em relação ao período de janeiro a março. “Mesmo assim, ainda temos números que preocupam e exigem da Secretaria de Saúde ações integradas com os municípios do interior, que atualmente produzem mais da metade do total de casos”, diz o diretor de Vigilância em Saúde da Susam, Evandro Melo.
Os representantes dos municípios irão elaborar, em parceria com os técnicos de Vigilância, os planos individuais que serão colocados em prática a partir de julho. O trabalho irá contemplar o controle do mosquito transmissor nas formas adulta e larvária, a atenção aos doentes com distribuição dos medicamentos e acompanhamento do tratamento, e, ainda, a prevenção da doença, por meio de ações educativas. No primeiro semestre, a Susam já havia contemplado sete dos 20 municípios prioritários para o controle da doença. “Com estes, estamos fazendo a avaliação dos planos e a redefinição de ações, de acordo com os resultados alcançados”, explica o diretor. Segundo ele, a estratégia de dar suporte e acompanhar as ações, com visitas periódicas a cada município, garantiu que em todos eles o número de casos fosse reduzido a partir de março, em até 35%. O apoio está sendo dado mesmo aos municípios que, certificados em Epidemiologia e Controle de Endemias, têm a responsabilidade de elaborar e executar as ações de controle.
O coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, do Ministério da Saúde, José Ladislau, avaliou como bem sucedidas as ações do Governo do Estado para reduzir a malária no Amazonas. O Estado permanece como o segundo no ranking de casos de malária no país, atrás de Rondônia, mas é um dos que vem apresentando os melhores resultados em redução. “A queda foi significativa a partir do segundo trimestre deste ano e as estratégias já aplicadas pela Secretaria devem ser mantidas”. Ele destacou a preocupação com a sazonalidade da doença e com o período das eleições municipais. “Os municípios devem sustentar a disciplina de trabalho em tempo integral, independentemente da situação política”.
De acordo com o coordenador, no mês de março a malária subiu em todo o país e a redução geral de casos, com relação ao ano passado, ocorreu em três estados: Mato Grosso, Tocantins e Pará. Segundo ele, neste ano devem ser investidos cerca de R$ 20 milhões no programa de malária na região Amazônica, dos quais R$ 7 milhões no Amazonas.
Municípios que concentram 94% da malária no Amazonas
Atalaia do Norte, Autazes, Barcelos, Boca do Acre, Canutama, Careiro Castanho, Coari, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, São Gabriel da Cachoeira, Tefé e Tapauá.
Ranking por número de casos
Manaus 47%
Iranduba 7,5%
Manacapuru 6,7%
Rio Preto da Eva 4%
Presidente Figueiredo 3,7%
Lábrea 3,3%
Humaitá 2,2%