Amazonas é exemplo no combate à dengue

O Amazonas foi o estado que mais reduziu a incidência de dengue em toda a região Norte. Em 2004 houve queda de 80% nas notificações em relação a 2003. Em 2005, a tendência de queda deve ser mantida, considerando que em janeiro o número de notificações não passou de 32 casos, 31 deles registrados em Manaus e um no município de Iranduba, o que significa 75% de queda em comparação com janeiro do ano passado. As informações foram divulgadas na abertura da Reunião de Avaliação (Macrorregião Norte) do Plano Nacional de Controle da Dengue, realizada ontem (17), no Tropical Hotel, com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas e secretarias municipais e estaduais de toda a região Norte.

O encontro teve como objetivo avaliar as ações desenvolvidas e os resultados obtidos no combate e controle da dengue, visando redefinir estratégias para o ano de 2005. No Amazonas, segundo o secretário Wilson Alecrim, a manutenção dos baixos índices de dengue, por meio das ações de educação e controle do vetor, deve ser aliada à busca pela certificação do município de Manaus no controle de Endemias. Até o momento, a Susam, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde, é a responsável por essas ações, mas de acordo com a legislação do SUS esta é uma atribuição dos municípios. “Estamos priorizando a certificação dos municípios e, especialmente de Manaus onde residem 48% da população amazonense, fortalecendo as secretarias municipais para que assumam esta responsabilidade de forma estruturada”, disse. A expectativa, segundo Alecrim, é de que a certificação da capital ocorra ainda em 2005.

O secretário disse que estão sendo investidos anualmente no programa estadual de controle de endemias cerca de R$ 24 milhões, dos quais R$ 19 milhões repassados pelo governo federal. Os outros R$ 5 milhões são recursos estaduais.
Em todo o Amazonas, 14 municípios são considerados prioritários para o combate à dengue. São aqueles que já apresentaram casos ou que estão em área de fronteira. A capital concentra quase 100% dos casos e em 2005 apenas Iranduba registrou um caso de dengue.

Para o secretário Wilson Alecrim, a redução das ocorrências é resultado dos constantes trabalhos de vigilância e educação em saúde, em parceria com a população, que respondeu e continua participando de atividades realizadas nas comunidades, além do apoio de médicos, agentes de saúde da família, entre outros. “Sempre digo que um dos grandes parceiros na luta contra a dengue no Estado, assim como no Brasil, são as escolas e as igrejas. Nenhum país, rico ou não, poderia controlar doenças como dengue e malária somente com a visita de agentes, pois cada residência teria de receber a visita de um agente de saúde inúmeras vezes. Isso seria inviável do ponto de vista financeiro, e principalmente, de recursos humanos”, explica o secretário.

O secretário adjunto de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta, disse que apesar dos excelentes resultados do Amazonas, a maior parte dos casos do Brasil está concentrada na região Norte, especialmente nos estados do Acre e Rondônia, onde houve uma explosão da doença a partir do final do ano passado. Para reverter o quadro, o Ministério da Saúde está redefinindo estratégias para os municípios mais atingidos, o que inclui a intensificação de campanhas educativas. “Não podemos baixar a guarda e precisamos contar sempre com a vigilância da população para evitar os criadouros do mosquito transmissor”.

Dengue:
A dengue é uma doença febril aguda, transmitida pelo Aedes aegypti. Entre três e 15 dias após a picada começam a aparecer sintomas como febre, dores no corpo (principalmente nas articulações) e na cabeça. É comum o surgimento de manchas vermelhas na pele e sangramento nas gengivas.

Repouso, ingestão de líquido e alívio das dores com analgésicos e antitérmicos à base de paracetamol e dipirona, são a forma de tratamento mais indicada. Mas uma unidade de saúde deve ser procurada ao serem detectados os primeiros sintomas. Os pacientes que apresentarem um quadro mais grave, com a febre hemorrágica da dengue, precisam de acompanhamento médico mais permanente, para se evitar queda de pressão e desidratação.

Criadouros
A transmissão de dengue só pode ser evitada com a prevenção, que deve ser feita combatendo-se os focos do Aedes aegypti, a partir da eliminação de objetos que possam transformar-se em criadouros, como pneus, garrafas e bacias que contenham água parada. Vasos sanitários devem ser mantidos fechados e a água nos pratos de vasos de plantas não pode ficar acumulada. Vasilhames para água de animais domésticos devem ser lavados com bucha e sabão uma vez por semana. Ao trocar os garrafões de água, lavar bem os seus suportes. Pneus velhos devem ser entregues aos serviços de limpeza urbana e armazenados em lugar coberto. É recomendável que garrafas pet e de vidros que não estejam sendo usadas sejam descartadas.