Amazonas fora da epidemia de dengue
O Amazonas realiza, no Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue, neste sábado (24), atividades que reforçam, junto à população, a necessidade de vigilância permanente contra o Aedes aegipty. O objetivo é manter os números da doença sob controle, mesmo durante o período de maior risco de transmissão, entre novembro de abril.
O Estado é um dos poucos não atingidos pela epidemia nacional de dengue. Desde o início do ano registrou apenas 707 casos, concentrados em quase 100% na capital.
“No Dia D queremos agradecer às comunidades pela parceria e lembrar que não há tréguas no combate”, diz o secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim. Ele garante que o controle da doença deve-se ao compromisso da população e também a ações de prevenção estratégicas e diferenciadas do restante do país.
A principal delas, segundo o secretário, é realização de levantamentos bimestrais dos riscos de infecção nos 56 bairros da capital, que permitem direcionar as medidas de controle.
De acordo com dados da FVS, a maior concentração de casos (38%) está na zona sul, onde 237 pessoas adoeceram neste ano. Os demais registros ocorreram na zona leste, que reponde por 20% dos casos, zona norte (15%), zona oeste (13%); zona centro-sul (7,2%) e a zona centro-oeste (6,8%).
O diretor técnico da FVS, infectologista Bernardino Albuquerque, destaca que nos últimos anos o Amazonas tem registrado menos de 1 mil casos de dengue por ano. Ele diz que a situação é positiva mas, ao mesmo tempo, significa que grande parte da população ainda está suscetível à doença”. Ele explica que por conta disso há risco de epidemia caso as medidas de controle não sejam mantidas.
O último levantamento da população de Aedes aegypti, realizado no período de 05 a 09 de novembro, demonstrou que foram encontradas larvas de Aedes em 2,9% dos prédios visitados pelos agentes de endemias.
Os depósitos mais freqüentemente encontrados como criadouros caixas d’agua, camburões, latas e outros reservatórios de água, lixo em quintais e terrenos baldios e depósitos fixos como calhas de drenagem de água de chuva, além de lajes com acúmulo de água e vasos sanitários em desuso.
O diretor ressalta que a intensificação das chuvas propicia aumento significativo dos criadouros do mosquito enquanto o período de férias traz maiores riscos de transmissão em função da mobilidade da população. “As pessoas viajam para outras capitais do país e exterior, permitindo uma maior circulação do vírus e, conseqüentemente aumentando o risco de transmissão”.
Estado mantém menos de mil casos por ano
Desde 2004, mesmo com a circulação de três tipos diferentes de vírus, as notificações de dengue no Amazonas vêm sendo inferiores a 1 mil casos. A entrada de novos sorotipos aumenta a exposição das pessoas à infecção (não se tem dengue mais de uma vez pelo mesmo vírus) e eleva a possibilidade de epidemias e reações mais graves.
De acordo com o diretor presidente da FVS, Evandro Melo, o Ministério da Saúde está há cerca de dois anos em alerta quanto a entrada do sorotipo 4 no Brasil. Ele diz que o Amazonas pode ser o primeiro a registrar o sorotipo, uma vez que este já circula na Venezuela.
A chegada do tipo 4 aumenta as chances de mais casos de febre hemorrágica, que pode ocorrer na segunda ou terceira vez em que a pessoa tem dengue, quando o organismo está predisposto a reagir à doença com maior intensidade. Por isso, garante, a vigilância é constante. “Não podemos evitar a circulação do vírus, mas estamos atentos”. Ele explica que o controle dos sorotipos em circulação no Estado é monitorado por exames de laboratório.
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