Amazonas mantém dengue sob controle

No período de janeiro a junho deste ano foram registrados 583 casos de dengue clássica no Amazonas e 30 casos de dengue hemorrágica, com uma morte. Os dados foram apresentados ontem pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) durante o 1º Seminário Amazônico de Prevenção e Controle da Dengue e outras Arboviroses.

O evento, promovido pelo Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), reuniu técnicos e gestores das secretarias de saúde de todos os estados da Amazônia para avaliar estratégias de prevenção e controle da dengue e outras doenças no Brasil e, em especial, na região amazônica. O seminário está sendo realizado em todas as regiões brasileiras.

O epidemiologista Haroldo Bezerra, do Ministério da Saúde, disse a dengue se tornou um problema de saúde pública em todo o país, mas que as ações de vigilância, definidas em conjunto pelo Ministério e pelos Estados conseguiram controlar a doença, apesar de epidemias em alguns estados. “Tivemos muitos contratempos, muitas pessoas doentes e até óbitos, mas avançamos bastante”, destacou.

Segundo ele, em 2007 houve um acréscimo de 39% no número de casos de dengue no Brasil. Por conta disso o Ministério tomou a iniciativa de mobilizar as coordenações estaduais para que as estratégias de combate e prevenção sejam intensificadas e evitem novas epidemias. “Os vírus tem a capacidade da mutação e adaptação, sabendo disso nós traçar novas estratégias para evitar problemas graves de saúde pública em nosso país”, lembrou Bezerra.

Controle – Atualmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde, os estados com maior número de casos de dengue são do sudeste, com maior concentração no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O Amazonas é o que apresenta o menor número de casos na Amazônia e o Pará, o que mais registrou casos da doença neste ano.

De acordo com o diretor da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Evandro Melo, do total de 573 casos registrados até o momento no Estado, apenas dez estão fora da capital, sendo três casos em Boca do Acre, seis em Borba e um em Itacoatiara.

O diretor da FVS , Evandro Melo, destaca que este ano apenas em Manaus foram registrados casos de febre hemorrágica de dengue, com um total de 30 casos confirmados. “Destes, um paciente foi a óbito e todos os outros foram tratados e curados. Tivemos também uma morte por complicações da dengue clássica”. Evandro destaca que todos os outros casos suspeitos foram descartados após a realização de exames feitos pela Fundação de Medicina Tropical, Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas e laboratórios de referência nacional.

Durante o seminário, foi apresentada uma retrospectiva da dengue no Brasil, mostrando que a entrada do vírus aconteceu em 1996 e que a maior epidemia aconteceu em 2002 com 813.104 casos notificados. No Amazonas o primeiro caso foi registrado em 1998 e em 2001 o estado viveu a maior epidemia, com 19.827 casos. A doença foi controlada e desde 2004 vêm sendo registrados menos de 1 mil casos por mês.

Febre do Nilo Ocidental preocupa autoridades

Durante o 1º Seminário Amazônico de Prevenção e Controle da Dengue e outras Arboviroses também foi discutida a situação de outras doenças causadas por vírus selvagens, como a febre amarela e a febre do Nilo Ocidental.

No caso da febre do Nilo, ainda não foi notificado nenhum caso da doença no Brasil, mas países vizinhos como a Argentina e Colômbia já registraram casos da doença. Por conta disso o MS está elaborando um plano estratégico de contingência da doença, no qual está prevista a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e o monitoramento das aves migratórias que são hospedeiros do vírus, entre outras ações.

A Febre do Nilo Ocidental foi identificada em 1937 e chegou aos Estados Unidos da América em 1999, sendo registrados casos tanto em animais (eqüinos) quanto em seres humanos. Seus principais sintomas são febres altas, dores no corpo, cefaléia e paralisias, a doença afeta também o sistema nervoso central provocando as meningoencefalites. A doença apresenta um período de incubação de 3 a 6 dias e taxa de letalidade variando entre 3 e 15% dos casos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre amarela está sob controle no país, graças a cobertura vacinal conseguida através do Programa Nacional de Imunização (PNI), mas ainda preocupa as autoridades de saúde por levar à morte na maioria dos casos. Dados do MS apontam que este ano no Brasil foram notificados cinco casos de febre amarela, todos com óbito. Destes, dois ocorreram no Amazonas, sendo um Iranduba e outro em Maués.

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