Amazonas quer mais recursos para controle da malária
Segundo ela, a redução dos índices da doença depende de ações amplas que vão além das desenvolvidas pela Secretaria de Saúde. “Para 2004, estamos solicitando a liberação de R$ 16 milhões para a retificação, drenagem, canalização e obras definitivas de saneamento de igarapés de Manaus”. Leny diz que a instalação inadequada de moradias, com invasões permanentes em áreas florestadas, que sofrem desmatamento e causam o represamento de rios e igarapés favorecem a contaminação e proliferação dos mosquitos, que têm na floresta seu habitat natural.
Para mostrar ao secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, as áreas de risco em Manaus, a secretária organizou um sobrevôo de helicóptero pelas zonas Norte, Leste e Oeste. “A população diretamente exposta à malária nesta área é de 62 mil habitantes, com a ocorrência de 15,9 mil casos em 2003”, justifica. Ela diz que os recursos que estão sendo pleiteados junto ao Ministério da Saúde são destinados a drenagem de 12 quilômetros de igarapé, canalização de oito quilômetros e limpeza de 34 hectares, além da construção de 10 pontes e passarelas.
Leny Passos diz que em 2003 foram investidos mais de R$ 10 milhões em equipamentos, treinamentos, instalação de laboratórios, biolarvicida, veículos e manutenção de ações de rotina. “No entanto, precisamos dar sustentabilidade às ações. Além dos R$ 16 milhões, precisamos de mais R$ 1 milhão para manutenção, regularização dos agentes de saúde e aumento de cota para inseticida”.
EPIDEMIA – Uma em cada cinco pessoas que adquirem malária na Amazônia foi contaminada em Manaus. A capital vive uma epidemia desde julho de 2002 e embora tenha havido queda no número de casos a partir de novembro do ano passado, o patamar ainda é elevado, com cerca de 5 mil casos por mês.
Leny Passos diz que o controle da malária é uma guerra, mas que as batalhas estão sendo vencidas. “Com parcerias importantes como a do Exército e do Inpa esperamos reduzir as ocorrências para níveis aceitáveis”. Ela ressaltou que a malária ultrapassa as barreiras médicas. “Temos problemas sociais graves decorrentes da miséria, da busca de emprego e moradia que impactam diretamente na saúde pública”.