Amazonas quer reduzir casos de cirurgias em hanseníase
Os casos de hanseníase na capital e nos municípios do interior, já atingiram o parâmetro do Ministério da Saúde que indica valor menor ou igual a quatro casos para cada 10 mil habitantes. Os resultados, considerados excelentes credenciaram o Estado a sediar o 3.º Curso Nacional de Reabilitação em Hanseníase, aberto na manhã desta segunda-feira (30), no auditório da Fundação, promovido pela Susam e Ministério da Saúde.
As cirurgias são parte das ações de controle da hanseníase, já que uma das principais características da doença é o acometimento do sistema nervoso periférico. Em cinco anos de trabalhos com reabilitação física em hanseníase, a Susam, através da Fundação Alfredo da Mata, realizou cerca de cinco mil cirurgias neurológicas, ortopédicas e demolidoras.
Um dos 10 instrutores do curso que prossegue até o dia 4 de setembro, reunindo em Manaus técnicos dos estados de Mato Grosso do Sul, Rondônia, Espírito Santo, Goiás, Paraíba e Rio Grande do Sul, o ortopedista Elifas Cabral, explicou que os 40 profissionais serão capacitados para desenvolver ações de reabilitação física em Hanseníase e para participar da organização de centros de referência da doença, em seus municípios.
Participam do treinamento enfermeiros, oftalmologistas, fisioterapeutas, cirurgiões, ortopedistas e terapeutas ocupacionais. “As cirurgias reabilitadoras em hanseníase seguem os mesmos procedimentos das realizadas comumente nos hospitais. O que precisamos é que os profissionais apliquem o conhecimento às cirurgias de hanseníase”, disse o instrutor. São três os tipos de cirurgias. As neurológicas como forma de prevenção ainda na fase inicial da doença, as ortopédicas que atendem deformidades que não foram reparadas e as demolidoras, para deformidades intratáveis (pequenas amputações).
A Fundação Alfredo da Matta é o centro de referência para prevenção, diagnóstico e tratamento da Hanseníase no Estado. “Como doença é crônica a redução de casos novos se faz de forma lenta. O Amazonas está conseguindo ótimos resultados em relação ao controle e combate à hanseníase”, disse a diretora da Fundação Alfredo da Matta, a dermatologista Graça Cunha, durante a abertura do curso. Atualmente o Estado ocupa o 11.º lugar no ranking de detecção de casos novos no país. Durante toda a década de 80 foi o Estado que liderou em número de casos. “A meta é reduzir o coeficiente até a eliminação completa da hanseníase”, diz Graça. Atualmente, o líder em número de casos novos em hanseníase é o Estado do Mato Grosso, seguido do Pará e Pernambuco.
A meta da Coordenação Estadual de Ações de Controle da Hanseníase é reduzir a prevalência da doença para menos de um caso em cada 10 mil moradores no Amazonas.
Hanseníase – É uma doença que pode incapacitar o paciente. É causada pelo bacilo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. A hanseníase tem cura. A transmissão se dá através das vias aéreas superiores pelo contato direto e prolongado com o doente que não está em tratamento.
Sintomas – Manchas claras e esbranquiçadas na pele. A pessoa não sente dor no local.
Tratamento – Ingestão de comprimidos. É gratuito. Dura de seis a 14 meses.
Onde procurar – Em suspeita da doença procure o Posto de saúde mais próximo de casa.