Amazonas quer reduzir partos cirúrgicos
O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), está investimento na capacitação de profissionais da área de saúde para contribuir para a redução do número de partos cesarianos no Amazonas.
Nesta quinta-feira, dia 17 de novembro, mais de 80 enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam nos setores de saúde materno-infantil de maternidades e hospitais da capital e de 16 municípios do interior do Estado concluíram a capacitação de Assistência Humanizada ao Parto e ao Nascimento, realizada durante quatro meses, em parceria com a Agência de cooperação Internacional do Japão (Jica).
Segundo levantamento do Ministério da Saúde, 43% dos partos realizados em todo o País, em 2010, foram cirurgias cesarianas, números bem acima da recomendação de 15% feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Amazonas, de janeiro até setembro deste ano, a rede estadual de saúde fez 52.063 partos em gestantes de todo o Amazonas. Dos nascimentos, cerca de 40% ocorreu por meio de cesarianas.
A opção pelo parto cirúrgico tem sido cada vez mais comum pelas mulheres brasileiras e é uma situação que precisa ser revertida, segundo avaliação do secretário estadual de saúde do Amazonas, Wilson Alecrim. “A cesariana é uma medida extrema de exceção, não de regra como está acontecendo no Brasil. Muitas vezes a própria parturiente e a família pressionam para que o parto seja cirúrgico, sem avaliar os riscos de uma cirurgia, sem avaliar o que é bom, melhor para o bebê, que, no caso, é o parto normal”, explica Alecrim.
Na tentativa de alterar o quadro, o Governo do Amazonas investe na capacitação com o intuito de reforçar a orientação às gestantes durante o período de pré-natal sobre a importância e as vantagens do parto natural. “Quando o parto é normal, em até 18 horas, está tudo normal para a mãe e o bebê. No cesariano, o período de recuperação pode chegar a até dois dias e, como toda cirurgia, é sempre arriscada”, frisou o secretário.
Alecrim destaca a importância da parceria realizada entre o Governo do Estado e o Japão, que já propiciou a formação desta primeira turma em Assistência Humanizada ao Parto e ao Nascimento. “O curso vem para estimular pessoas que trabalham em maternidades, hospitais, no sentido de que elas também internalizem o que é tecnicamente recomendável e o que pode ser feito para ajudar as parturientes durante o período de passagem delas pela maternidade”, destacou o secretário.
Práticas japonesas – O trabalho também vai incorporar nos serviços de saúde do Estado às boas práticas japonesas de assistência ao parto e ao nascimento. A meta da Susam é criar protocolos uniformizados de enfermagem obstétrica, com orientação sobre condutas padrão em todas as etapas de assistência às mulheres grávidas e aos recém-nascidos, e disseminarem em todo o Estado algumas das práticas utilizadas em maternidades e salas de parto do Japão, que já foram introduzidas na rotina das duas maiores maternidades da rede estadual – a Ana Braga, na zona Leste, e o Instituto da Mulher, na zona Sul.
São técnicas como massagem e exercícios com bolas e outros materiais para indução ao parto, massagem nas mamas para facilitar a lactação e imersão de bebês em água nos moldes do banho em ofurô, para oferecer melhor acolhimento e conforto às mães em trabalho de parto aos recém-nascidos.