Amazonas será o primeiro a adotar teste rápido de HIV

O teste rápido faz parte do processo de descentralização do diagnóstico de HIV no Estado e será oferecido, dentro dos próximos 30 dias, na capital e em 11 municípios do interior, por meio das unidades de saúde ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), já instalados em Manaus, Manacapuru, Parintins e Tabatinga.

Os outros municípios contemplados serão Itacoatiara, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, Coari, Lábrea, Eirunepé, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença, escolhidos por sua localização estratégica.
De acordo com a secretária estadual de saúde, Leny Passos, o teste rápido já é oferecido nas maternidades do Estado para todas as grávidas que não realizaram o exame durante o pré-natal. “Agora estamos ampliando o acesso ao teste, priorizando os municípios que podem atender sua própria população e a de municípios adjacentes”. Ela destaca que a iniciativa vai permitir que o tratamento se inicie mais rápido, evitando novas cadeias de transmissão do vírus.

O coordenador adjunto do Programa Nacional de DST/Aids, Ricardo Pio Marins, anunciou a liberação inicial três mil testes par ao Amazonas. “Vamos avaliar a receptividade e a demanda nesta primeira etapa e posteriormente disponibilizar os kits de acordo com as necessidades específicas de cada local”. Segundo Ricardo, a rede de diagnóstico rápido está sendo implantada primeiramente no Amazonas pelas peculiaridades regionais. “O Estado tem reivindicado políticas diferenciadas e o Ministério está respondendo a essas demandas, dentro do possível”.

O coordenador destacou que além dos testes rápidos os municípios farão o trabalho de aconselhamento das pessoas que procurarem o serviço, independente do resultado do teste. “Se as pessoas estão com dúvidas, precisam ser esclarecidas a respeito das medidas de prevenção”.

A coordenador estadual de DST/Aids, Leila Ferreira explica que o teste rápido é mais caro que o Elisa, também utilizado para a triagem inicial dos pacientes. Cada kit com 100 testes custa cerca de R$ 1,3 mil. “No entanto, consideramos que o investimento é necessário e que os resultados em relação ao diagnóstico precoce serão excelentes”. Ela informa que mesmo com especificidade e sensibilidade elevadas o teste rápido precisa de confirmação de diagnóstico. “Se o resultado for positivo, os serviços de atenção especializada farão o acompanhamento do paciente e ao mesmo tempo realizarão o Elisa, seguido de um teste confirmatório (Western Bolt ou Imunoflorescência).

Leila também destaca que a partir da descentralização, a Susam poderá ter um diagnóstico mais claro da situação do HIV/Aids no Estado. Ela diz que no Amazonas existem 2.220 casos registrados, desde o início das notificações, em 1986. A maioria (89%) dos casos está concentrada em Manaus. As mulheres, segundo as estatísticas, já estão sendo contaminadas na relação de uma para cada dois homens e, no geral, a faixa etária mais atingida é a que vai dos 20 aos 39 anos. Em 36 municípios amazonenses já houve a notificação de pelo menos um caso. De 1986 até agora a média de óbitos foi de 38,6%. Atualmente se encontram em tratamento e acompanhamento pelas coordenações estadual e municipal de DST/Aids e pelo Serviço de Assistência Especializada, da Fundação de Medicina Tropical, 1.291 portadores de HIV/Aids.