Amazonas tem menos mortes maternas e neonatais
O Amazonas conseguiu reduzir as mortes de crianças menores de um ano e de mulheres, em decorrência de gravidez, aborto ou parto, superando a primeira meta do Pacto Nacional para Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, definido pela Organização das Nações Unidas como experiência modelo, e que visa reduzir essas mortes em 15% em todo o Brasil, até o final deste ano.
A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam), durante o primeiro dia do Seminário Estadual sobre Atenção Obstétrica e Neonatal Humanizada baseada em Evidências Científicas, aberto ontem (5), no Tropical Hotel, com a participação de técnicos do Ministério da Saúde e profissionais que atuam em hospitais e maternidades da capital e do interior do Estado.
Dados do Sistema nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM), apresentados pelo secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim, na abertura do evento, mostram que em 2005 a queda na morte de mulheres por gravidez, aborto ou parto foi de 18% em relação a 2002. Durante o mesmo período, a mortalidade neonatal (de bebês até os 27 dias de vida), foi reduzida em 24%. A queda na mortalidade infantil (crianças menores de 1 ano) foi de 21%, de acordo com o Sistema.
Ações – Para o secretário, as reduções resultam de ações desenvolvidas pelo Estado e pelos municípios em relação à maior e melhor oferta de atendimento às grávidas e recém-nascidos, incluindo ampliação de leitos, atendimento humanizado e acompanhamento do desenvolvimento de bebês durante os primeiros 12 meses. “Essas taxas são as mais importantes para medir a qualidade de vida da população. Se estão menores é porque, de fato, as condições de vida e saúde estão melhores”, disse.
A diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, disse que o Amazonas está desenvolvendo um trabalho de excelência na atenção obstétrica e neonatal e que é exemplo para os demais estados do Brasil.
Desafio – Wilson Alecrim destacou que o Estado ainda tem o desafio de atingir a segunda etapa de metas do Pacto Nacional, que é a redução das mortes maternas e neonatais em 75% até o ano de 2015. Para isso, segundo ele, o Amazonas está investindo em várias ações definidas como prioritárias, incluindo a ampliação da capacidade de atendimento, a instalação dos comitês de mortalidade materna e neonatal, e o treinamento dos servidores para o atendimento mais humanizado.
“É importante lembrar que a melhoria nas taxas de mortalidade dependem não só do Estado, responsável pela oferta de serviços de média e alta complexidade, mas também de todas as prefeituras que oferecem atenção básica, o que significa principalmente o pré-natal, educação em saúde e prevenção”, disse.
Mais de cem leitos entraram em funcionamento
O secretário Wilson Alecrim informou ontem que nos últimos três anos foram colocados em funcionamento 161 leitos em maternidades estaduais, dos quais 130 novos (nas maternidades Ana Braga e Azilda Marreiro) e 31 reformados (maternidade Alvorada). Além disso, foram criadas duas UTIs maternas, três UTIs neonatais e duas UCIs (Unidades de Cuidados Intermediários) neonatais. No total, a capacidade das unidades de cuidados especiais foi ampliada de 36 para 91 leitos nas maternidades da rede pública. “Também inauguramos o Banco de Leite Humano e hoje 100% das nossas maternidades fazem o teste do pezinho, incentivam o aleitamento materno e têm o título de Hospital Amigo da Criança”.
De acordo com o secretário, no interior do Estado a atenção ao parto também foi ampliada, com a inauguração de 20 hospitais com atendimento de referência materno-infantil, onde há incubadoras e berços aquecidos.
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