Banco de Leite Humano da maternidade Ana Braga beneficia mais de 2,2 mil bebês no Amazonas

“É uma experiência satisfatória poder ajudar com o meu leite. Desde que conheci o projeto me voluntariei e isso mudou a minha vida e a de bebês que tanto precisam”. O depoimento é da dona casa Vanessa Cardoso, 28, uma das 39 mulheres homenageadas, nesta terça-feira (17.12), pelo Banco de Leite Humano (BHL) do Amazonas localizado na maternidade de referência Ana Braga, na zona leste. De janeiro a novembro deste ano, a unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) recebeu 1.357 litros de leite materno, beneficiando 2.239 bebês prematuros.

O Banco Leite Humano, explica a secretária da SES-AM, Nayara Maksoud, é uma iniciativa que tem como objetivo promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. Dentre as suas atividades, complementa ela, estão a coleta, o processamento e a distribuição do leite humano, além da orientação sobre a importância do aleitamento materno. No Amazonas, existem três bancos e mais 20 postos de coletas ativos.

A coordenadora do Banco de Leite Humano da Ana Braga, Daíse Cunha, destacou que o evento realizado nesta terça-feira (17.12) foi para homenagear às doadoras, e reconhecer o trabalho da equipe. “A unidade é o banco de leite referência no Estado e, por isso, é essencial fortalecer o projeto para que mais recém-nascidos sejam alcançados”, disse.

Durante o encontro, o pediatra do serviço, Jeferson Guilherme, recebeu uma placa em homenagem aos mais de 20 anos dedicados à causa materno-infantil, e as mães doadoras foram agraciadas com um certificado de gratidão.

“Somos a maternidade de referência no Estado para os casos de alto risco materno e infantil. Ou seja, temos bebês prematuros que ficam internados por muito tempo e esse leite, vindo das doações, ajuda na alimentação e no tratamento dessas crianças”, afirma coordenadora. Segundo ela, a cada 1 litro de leite doado é possível alimentar de 10 a 15 recém-nascidos prematuros severos (aqueles que nascem com menos de 1,5 kg) e que não podem ser alimentados pelas próprias mães.

Atualmente, o banco de leite da Ana Braga possui seis postos de coleta, que atuam como apoio para o recebimento do material biológico. Além dele, existem outros dois, sendo um na maternidade Azilda Marreiro, na zona norte, e outro na Balbina Mestrinho, na zona sul. As unidades funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

A também dona de casa Ana Paula Nascimento, 32, mãe da pequena Ayla, de quatro meses, é doadora de leite há dois meses. Ela conta que participar da iniciativa a fez repensar sobre a importância do aleitamento. “Eu me sinto feliz em estar contribuindo. Muitas vezes precisei jogar fora o leite que eu produzia porque a minha filha não consumia tudo e eu não sabia como proceder. Desde que descobri o banco de leite isso mudou. Faz bem para mim e faz bem para outros bebês”, comentou ela.
Para doar, a mãe deve estar com boas condições de saúde e com excedente de leite durante o processo de amamentação. Ao se tornar voluntária, a doadora recebe todo o acompanhamento da equipe clínica.

No banco de leite, as doações são armazenadas, processadas e distribuídas aos bebês prematuros, conforme a prescrição médica ou nutricional.

Fotos: Kelly Melo