Banco de Olhos completa 3 anos

O Banco de Olhos do Amazonas comemora seu terceiro aniversário hoje (07/05), contabilizando 169 transplantes de córnea, realizados a partir de doações feitas no próprio Estado. O Banco de Olhos do Amazonas, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), é o órgão credenciado pelo Ministério da Saúde para captar e distribuir córneas para transplantes. Durante os três anos de funcionamento as equipes do banco realizaram 101 captações, contabilizando um total de 198 córneas doadas.

O Banco de Olhos foi inaugurado no dia 07 de maio de 2004 e possui equipes especializadas que atuam tanto no trabalho de sensibilização dos doadores, quanto na captação, armazenamento e distribuição das córneas. O objetivo do Banco é possibilitar aos pacientes do Amazonas a realização do tratamento com transplante dentro do próprio estado, evitando que o mesmo dependa dos chamados Tratamentos Fora de Domicílio, ou seja em outros estados.

De acordo com a diretora do Banco de Olhos, Cristina Garrido, o maior desafio dos profissionais que trabalham no banco é aumentar o número de doações e consequentemente diminuir a fila de pacientes em espera por um transplante. Para atender a esse objetivo as equipes de sensibilização atuam nas unidades de saúde e também em outros locais, como escolas e empresas, mostrando os benefícios que as famílias poderão garantir com as doações e tentando fazer com que a população do Amazonas incorpore a prática da doação de órgãos.

O Banco de Olhos funciona na Fundação Hospital Adriano Jorge e foi o segundo a ser instalado no Norte do Brasil, tornando realidade a captação local de córneas para transplante. A unidade está adequada às normas internacionais de qualidade e segurança, com materiais e equipamentos de primeira qualidade para coleta, análise, tratamento e conservação de córneas e sua criação fez parte das ações de implementação do Programa Estadual de Assistência de Alta Complexidade.

A equipe de profissionais do Banco é formada por dois médicos oftalmologistas, duas enfermeiras, duas psicólogas e 13 técnicos, coordenados pela oftalmologista Cristina Garrido. A unidade funciona 24 horas, para atender dentro do prazo – até seis horas após o falecimento – às solicitações dos familiares para doação de córneas.

Em Manaus, quatro clínicas e oito oftalmologistas estão credenciados pelo Ministério da Saúde para a realização do transplante de córnea pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Pacientes beneficiados com doação

Entre os 169 pacientes beneficiados com a doação e o transplante de córnea está o menino Luiz Eduardo Silva Macedo, 6 anos, que teve uma úlcera na córnea esquerda, decorrente de uma conjuntivite e perdeu a visão porque a inflamação deixou uma cicatriz esbranquiçada na córnea. O transplante foi realizado em fevereiro de 2005 e o menino voltou a enxergar, passando a ter uma vida normal, freqüentando a escola e realizando atividades comuns a sua idade.

A mãe de Luiz Eduardo, Eliene Conceição da Silva, conta que antes não era a favor da doação de órgãos, mas mudou de opinião e até faz a sensibilização das pessoas próximas a ela para a importância da doação, mostrando o exemplo do filho, que recebeu uma córnea e voltou a enxergar. “A doação salva vidas e trouxe luz para os olhos do meu filho”.

Na Lista Única de Receptores relativa ao Amazonas, na qual o Ministério da Saúde organiza os nomes dos pacientes que esperam por doação e transplante, constam os nomes de 534 pacientes. A escolha do paciente que irá receber a córnea atende aos critérios de prioridade e compatibilidade.

Somente a família pode autorizar doação

A autorização para a captação de córneas só pode ser dada pela família. Mesmo que o doador deixe algum registro, o que vale legalmente é a autorização dos familiares, que assinam um documento formalizando a doação após o óbito. Para que ocorra a doação, os familiares devem entrar em contato com o Banco de Olhos informando a decisão e a unidade desloca uma equipe para o atendimento e remoção do tecido.

Após a captação, as córneas passam por análise e recebem tratamento para serem armazenadas em líquido conservante, em temperatura constante de quatro graus centígrados, ficando apta para o transplante por até 14 dias. As córneas captadas são avaliadas levando-se em consideração os seguintes critérios: a presença de edemas, dobras e sinais de infecção ou cirurgia prévia. Dentre as condições exigidas para que a córnea seja liberada para o transplante, está o resultado negativo para hepatite B e C, e HIV. Os exames são feitos a partir da coleta de sangue do doador. Em caso de resultado positivo para algum destes testes a córnea é descartada.

Informações Complementares

O que é a córnea?
É a superfície transparente que fica na parte da frente do olho. Por causa de doenças adquiridas, por ferimentos ou por defeitos de nascimento, a córnea fica “nublada”, provocando a perda total ou parcial da visão. A recuperação pode ser feita com o transplante.

Como é feita a doação?
Até seis horas após o falecimento, a equipe do Banco de Olhos pode remover as córneas, se a família concordar.

Que partes do olho podem ser transplantadas?
Além da córnea, a esclera (parte branca). As outras partes podem ser utilizadas em pesquisas científicas, para novas descobertas.

A aparência muda após a doação?
Não. Os procedimentos para a remoção das córneas não modificam a aparência do doador. Os profissionais do Banco estão capacitados para evitar deformações após a doação.

Que documentos são necessários?
A atual legislação diz que todas as pessoas são doadoras em potencial. Por isso, não é necessário nenhum documento anterior. Quem decide pela doação é a família. Apenas após a decisão, os familiares assinam uma autorização.

Quem pode ser doador?
Qualquer pessoa, independente da idade. Nem mesmo o uso de óculos impede a possibilidade da doação.

O que acontece com as córneas doadas?
Depois de avaliadas e preservadas por até 14 dias, elas são doadas para um paciente que está precisando de um transplante. A escolha do receptor é feita pela ordem de prioridade e compatibilidade, seguindo Lista Única de Receptores. A inscrição na Lista é feita pelo médico que acompanha o paciente (receptor).

O que é o transplante?
É uma cirurgia para substituição da córnea doente pela nova córnea (doada). A fixação da nova córnea é feita com um fio muito fino e com a ajuda de um microscópio cirúrgico.

Como é garantida a qualidade das córneas doadas?
O Banco de Olhos utiliza materiais, equipamentos e procedimentos seguros, de acordo com as normas nacionais e internacionais de qualidade. Além disso, uma amostra do sangue do doador é testada para doenças transmissíveis – Hepatite B, C e HIV.

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Assessoria de Comunicação da SUSAM – 643-6327