BANCO DE OLHOS QUER DIMINUIR A FILA DE PACIENTES QUE AGUARDAM POR TRANSPLANTE DE CÓRNEA
No Amazonas, 450 pessoas esperam por um transplante de córnea mas, com a existência do Banco de Olhos do Amazonas, outras 429 já saíram da fila e recuperaram a visão, sem custo financeiro e sem se deslocarem para outros grandes centros. No entanto, a fila de espera poderia ser menor já que o Estado tem estrutura e capacidade técnica para fazer os transplantes, mas faltam doadores.
De acordo com a diretora do Banco de Olhos, Cristina Garrido, boa parte da população desconhece a existência do serviço, implantado há 5 anos. “Se as pessoas estivessem bem informadas concordariam em ajudar pois entenderiam que cada óbito poderia retirar até seis pessoas cegas da fila”, ressaltou.
Cristina acrescenta que as doações recebidas são resultado da atitude humanitária e do gesto nobre dos familiares que perderam um ente querido e que, mesmo numa hora tão difícil souberam dizer SIM à doação de córnea; é um gesto voluntário e de amor ao próximo. O trabalho de sensibilização e conscientização realizado pela equipe do Banco de Olhos têm sido positivo mas precisa da ajuda de toda a população amazonense para que a fila de espera ande mais rápido.
A Assistente Social Fabíola Flores fez a sua parte. Na quinta-feira da semana passada, ela que trabalha na área da saúde, não demorou para decidir pela doação das córneas da filha, Cristiane Rosas, de 14 anos, que morreu em consequência de um choque quando manipulava fios de uma antena de TV. Mesmo na hora da dor ela disse ter lembrado daquelas pessoas que precisavam recuperar a visão. Ficou tranquila em ver que não ocorreu nenhuma mudança na aparência da filha. “É uma forma de abrir os olhos das pessoas, pois o ser humano precisa sim um do outro”, desabafou.
Dados do Banco de Olhos apontam que o número de doações aumenta consideravelmente sempre que um caso é divulgado, por isso a importância do apoio dos meios de comunicação.
Apenas a família pode autorizar a captação das córneas. Mesmo que o doador deixe algum registro, o que vale legalmente é a autorização dos familiares, que assinam um documento formalizando a doação após o óbito. Para que ocorra a doação, os familiares devem manifestar a decisão ao médico que acompanha o paciente ou entrar em contato direto com o Banco de Olhos informando a decisão e logo a unidade desloca uma equipe para o atendimento e remoção do tecido.
O Banco de Olhos do Amazonas funciona 24 horas na Fundação Hospital Adriano Jorge e no Instituto Médico Legal. As famílias que desejarem obter informações ou comunicar a decisão de doar as córneas de um parente podem entrar em contato nos seguintes telefones:
Banco de Olhos – 3301-4789 / 3301-4792
IML – 3216-6043 / 3216-6070