Banco de Olhos realizou 250 transplantes
Desafio da unidade que, neste mês, completa quatro anos de funcionamento, é aumentar a quantidade de córneas captadas a partir da doação de voluntários
Mais de 300 córneas captadas a partir da doação de famílias voluntárias e 250 transplantes realizados em adultos e crianças é o saldo dos quatro anos de funcionamento do Banco de Olhos do Amazonas.
A unidade foi criada em maio de 2004 com o objetivo de dotar o Amazonas da capacidade de captar córneas para transplante e evitar a importação do tecido ou a transferência de pacientes para outros estados a fim de realizar o procedimento.
A diretora do Banco, Cristina Garrido, diz que as doações recebidas são fruto da solidariedade e do trabalho de sensibilização e conscientização que as equipes do Banco fazem junto às famílias que perderam alguém. Ela destaca que o desafio da unidade para os próximos anos é aumentar as captações.
“O Estado tem capacidade de realizar um número de transplantes três ou quatro vezes maior”. Para isso, precisa aumentar o número de doações que recebe. Cinco equipes credenciadas pelo Ministério da Saúde realizam os transplantes no Estado via Sistema Único de Saúde (SUS). “Temos estrutura e capacidade técnica”, garante.
Cada doador pode viabilizar a saída de até dois pacientes da lista de espera pelo transplante. São pessoas de todas as faixas etárias que, por motivo de doença ou acidente, tiveram a córnea comprometida e, conseqüentemente, perderam a capacidade de enxergar.
Dentre os 250 que receberam uma córnea nova estão crianças, adolescentes e adultos. “Temos inúmeros pacientes em idade produtiva que, depois do transplante, tiveram a chance de buscar a reinserção no mercado de trabalho”, destaca. O mesmo acontece em relação às crianças em idade escolar, que retornaram ou iniciaram a vida escolar após o transplante. “Elas são prioridade e sua capacidade de estudar e evoluir representa não apenas um ganho pessoal, mas social”.
Atualmente 592 pessoas esperam uma doação. Segundo Cristina Garrido, a lista de pacientes que aguardam o transplante é gerenciada por um sistema nacional que garante o atendimento dos inscritos de acordo com critérios de prioridade e compatibilidade.
Quando o Banco de Olhos entrou em funcionamento a lista tinha aproximadamente 500 pacientes. A possibilidade de realização do transplante no próprio Estado e a capacidade da rede de saúde de identificar os casos faz com que cheguem sempre novos pacientes. “Mas o objetivo é reduzir essa lista e o tempo de espera”, explica a diretora.
As equipes do Banco de Olhos atuam em unidades de saúde, escolas e empresas e, desde o final do ano passado, mantêm uma unidade descentralizada no Instituto Médico Legal (IML). O trabalho é de esclarecimento. As pessoas são informadas sobre a possibilidade de doar as córneas de um parente que venha a óbito e convidadas a firmar este compromisso.
Somente a família pode autorizar legalmente a remoção das córneas. Isto é feito formalmente com o preenchimento de formulários específicos.
A remoção pode ser feita até seis horas após o falecimento. Qualquer pessoa pode ser doadora. Exames posteriores irão indicar a qualidade do tecido para o transplante. As córneas podem ficar armazenadas por até 14 dias até a distribuição. A preservação é feita em líquido e temperaturas especiais.
O Banco de Olhos funciona 24 horas na Fundação Adriano Jorge, na Cachoeirinha. As famílias que desejarem obter maiores informações ou comunicarem a decisão de doar as córneas de um parente podem entrar em contato pelo telefone 3301-4789.
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