Caminhada marca Dia de Combate à Aids

A região Norte é a que concentra o menor percentual de notificações de casos de HIV/Aids, com 3,6% do total registrado no Brasil, ou aproximadamente 18 mil pessoas atingidas pelo vírus desde a década de 80. Apesar disso é o estrato brasileiro onde houve maior aumento da a taxa de incidência a partir do ano 2000, segundo o novo Boletim Epidemiológico Aids/DST, que reúne informações de todo o país.

No Amazonas, são 4 mil casos notificados, e os especialistas apontam a tendência de feminização e interiorização da doença a partir dos anos 90, além do crescimento da incidência em pessoas maiores de 50 anos nos últimos anos. Em 2007, a relação foi de uma mulher para dois homens infectados. Dos 62 municípios do Estado, 47 já notificaram pelo menos um caso de HIV, apesar de Manaus ainda concentrar 88% do total de registros. Somente na faixa etária de 50 a 59 anos foram notificados 128 casos de 2000 a 2008, em contraste com apenas 29 notificados nos 12 anos anteriores.

Este retrato é o que a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) pretende colocar em destaque quando profissionais de saúde, estudantes e vítimas do HIV/Aids realizarem a caminhada que celebrará o Dia Mundial de Combate à Aids, neste 1º de Dezembro, segunda-feira. A mobilização vai ocorrer na avenida Eduardo Ribeiro, no centro de Manaus, a partir das 17 horas. A concentração será às 16 horas na Praça da Matriz.

De acordo com o secretário estadual de saúde, Agnaldo Costa, a tradicional mobilização do dia 1º de dezembro tem o objetivo de convocar jovens e adultos a uma reflexão sobre os riscos de transmissão do HIV e sobe o papel de cada um no combate à epidemia nacional. Ele destaca que o uso do preservativo em todas as relações sexuais, mesmo entre parceiros estáveis, continua como foco central das mensagens que devem ser reforçadas. “Ainda é a forma mais eficaz de prevenção ao HIV, às DST e à gravidez indesejada”, lembra.

Segundo o secretário, este ano o apelo é especialmente dirigido aos maiores de 50 anos, alvo de uma campanha promovida pelo Ministério da Saúde. “A falta de hábito de usar o preservativo, a falsa idéia de que a Aids é uma doença de jovens e também os remédios que melhoram o desempenho sexual têm tido impacto na disseminação do HIV entre os adultos maduros e os idosos”, informa.

Além do apelo geral para a proteção nas relações sexuais, a campanha deste ano reforça a necessidade do diagnóstico precoce. Cartazes, folhetos e camisetas serão usados ao longo desta semana com o slogan “Oferecer o teste anti-HIV é um compromisso do Estado. Realizar é um direito de todos”.

O secretário informa que 30 unidades de saúde da rede estadual e municipal da capital e todos os municípios do interior oferecem o teste e devem ser procuradas. São Centros de Testagem e Aconselhamento, que além do exame oferecem orientação aos usuários. No interior, todos os municípios podem coletar amostras para o teste e em 24 deles já é feito o teste rápido. “Queremos que a população procure estes centros porque o diagnóstico garante o início do tratamento e maior qualidade de vida. O resultado do teste é entregue entre 15 e 20 dias.

Retrato – Dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que como no restante do país, os homens ainda representam o maior número de casos (68,4%) no Amazonas, mas o aumento de notificações entre as mulheres é crescente. Em 1989 a relação era de um homem infectado para 15 mulheres. Em 2007 a relação foi de um homem para duas mulheres.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre os fatores que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres à aids estão a desigualdade nas relações de poder, maior dificuldade de negociação quanto ao uso de preservativo, violência doméstica e sexual, discriminação e preconceito relacionados à raça, etnia e orientação sexual e, ainda, a falta de percepção das mulheres sobre o risco de se infectar pelo HIV.

As faixas etárias mais acometidas são as de 20 a 29 anos (37,8%) e de 30 a 39 anos (36,3%), o que significa que 74% das pessoas adquire o HIV na juventude. Em relação às categorias de exposição, são os heterossexuais os mais atingidos. Entre os homens do Amazonas a forma de transmissão se dá, em segundo lugar, por relacionamento homossexual e, em seguida, por via bissexual e por uso de drogas injetáveis.

Ainda de acordo com o Sinan, os casos entre pessoas com menor grau de instrução vem aumentando desde 1992, apontando para o que os especialistas chamam de pauperização da epidemia.

Os municípios do interior, com maior concentração de casos notificados são Parintins (109), Tabatinga (52), Itacoatiara (39), Tefé (35) e Manacapuru (34). De 1996 a 2008 foram declarados no Estado 1.345 óbitos por aids.

Atividades marcam o mês de combate à aids

A programação relativa ao Dia Mundial de Combate à Aids começou na última sexta-feira com uma blitz educativa na zona Leste. Na manhã de domingo, equipes da Susam programaram uma grande panfletagem no centro de Manaus.

Nesta segunda-feira (1º) será promovida uma caminhada com ponto de partida na Praça da Matriz, às 17 horas, que seguirá pela avenida Eduardo Ribeiro para a Praça do Congresso. A concentraçào será às 16 horas.

Uma audiência pública para tratar do controle e prevenção do HIV/Aids será realizada na Assembléia Legislativa do Amazonas, no dia 2 de dezembro, às 13 horas. No dias 18 e 19 ocorrerá o Simpósio Estadual Pensando em Aids, das 8h às 17 horas, no auditório da Fundação de Medicina Tropical.

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