Cartão do Adolescente é implantado em Tabatinga

O Amazonas foi um dos sete Estados brasileiros e o único da região Norte escolhido pelo Ministério da Saúde para desenvolver o projeto piloto de implantação do cartão de saúde do adolescente. O novo instrumento, que tem o objetivo de registrar a curva de crescimento e desenvolvimento dos jovens entre 10 e 19 anos, e o acompanhamento das medidas de cura e prevenção de doenças durante a adolescência, deve estar disponível em todo o país a partir do próximo ano.

Dois consultores do Ministério da Saúde – a psicóloga Ana Sudária e o médico hebiatra Rodrigo Rodriguez – estiveram durante esta semana em Tabatinga, o município amazonense eleito para receber o projeto. Eles fizeram a capacitação de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde que atuam em todas as áreas do município, inclusive nas indígenas, para o levantamento e aplicação adequada das informações que serão incluídas no cartão do adolescente.

No município serão distribuídos, nesta fase do projeto, 600 cartões. No final de setembro, as observações coletadas em todos os municípios piloto serão avaliadas para alterações necessárias e impressão do modelo final do cartão, para implantação oficial em todos os estados brasileiros.

Segundo Ana, Tabatinga foi escolhida, entre outros fatores, por sua grande diversidade sócio-cultural – concentra populações indígenas e está localizada em área de fronteira com a Colômbia e o Peru. O município conta com 43.974 habitantes e a estimativa é de cerca de 20% sejam adolescentes.

Ana Sudária explica que o cartão foi desenvolvido com a participação dos próprios adolescentes, que escolheram cores, imagens e parte do conteúdo que inclui desde dados pessoais até o registro de vacinas, passando por dados sobre peso, altura e doenças, além de dicas para uma vida saudável. O cartão também traz ilustrações sobre as fases de desenvolvimento físico do adolescente, para que sejam acompanhadas pelo próprio usuário. “O cartão foi pensado para ser um documento de uso do adolescente. É ele quem vai guardar e levar o seu cartão às consultas médicas, além de registrar os fatos importantes relacionados à sua saúde e desenvolvimento”, explica Ana. Para ela, é fundamental que o adolescente seja co-responsável pela promoção da sua saúde.

O hebiatra (especialista em adolescentes), Rodrigo Rodriguez, defende que o uso do cartão irá trazer benefícios para o sistema público de saúde. “O cartão irá ajudar na prestação de uma assistência de maior qualidade aos adolescentes, permitindo a adoção de medidas individuais para a prevenção de problemas como obesidade, pressão alta, uso de drogas e gravidez precoce, entre outros”.

Rodrigo diz que o adolescente só agora está deixando de ser órfão das políticas públicas e que mesmo os profissionais da área, os hebiatras, só agora estão sendo formados nas universidades brasileiras. Segundo ele, a adolescência é uma fase saudável, mas onde os problemas geram impactos mais profundos no campo físico e emocional. “Atuação positiva nesta fase gera impactos positivos para o resto da vida”, diz.

De acordo com o médico, cerca de 20% da população brasileira é formada por adolescentes, ou seja, têm entre 10 e 24 anos e 51 milhões estão na faixa considerada jovem (entre 10 e 24 anos).

A coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente, da Secretaria de Estado da Saúde, Ângela Nascimento, adianta o interesse do Amazonas na implantação do cartão do adolescente em todos os municípios. “Vamos incentivar a implantação e o uso do cartão em todo o Estado assim que o Ministério da Saúde disponibilizá-lo para uso geral no país”, garante.

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Assessoria de Comunicação da SUSAM