Casos de dengue têm queda de 95% no Amazonas
O mapeamento feito pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão do Governo do Amazonas, sobre os registros de casos de dengue aponta uma redução de 95% no número de infectados com a doença nos últimos quatro meses (outubro de 2011 a janeiro de 2012) em comparação com o mesmo período entre 2010 e 2011.
A redução foi de cerca de 10 mil casos para 487 em todo o Estado, de acordo com o Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Amazonas (Sinan-AM).
Mesmo com a redução, o Governo Estadual mantém ações para evitar a proliferação da doença, principalmente nesta estação chuvosa. A estratégia de atuação tem como base os dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LirAa), realizado pelas secretarias municipais de saúde de 26 municípios, com o acompanhamento da FVS, no período de outubro do ano passado a janeiro deste.
O resultado apontou alto risco para ocorrência de casos de dengue em sete municípios amazonenses: Humaitá, Borba, Boca do Acre, Manaus, Manicoré, Nova Olinda do Norte e São Gabriel da Cachoeira.
O diretor-presidente da FVS, epidemiologista Bernardino Albuquerque, atribui a redução dos casos principalmente a dois fatores. O primeiro reflete a ação desenvolvida pelo Governo do Estado, em parceria com prefeituras municipais, em 2011, quando houve um alto número de registros de dengue no Amazonas.
Entre as ações realizadas, destacam-se uma grande campanha de conscientização junto à população, como o Dia D de combate à dengue liderado pelo governador Omar Aziz; o investimento em tecnologia, capacitação de agentes de endemias e em mutirões de limpeza, além do reforço nas unidades de saúde para atendimento da alta demanda.
A redução do número de casos de dengue também reflete o histórico de incidência da doença, que aponta que há uma tendência de redução no número de casos após alto grau de infestação no ano anterior.
Bernardino explicou que as pessoas se tornam imunes ao tipo de dengue pelo qual foram infectadas e que, como no ano de 2011 houve uma epidemia, a tendência é que este ano haja uma queda significativa na transmissão da doença. Segundo o diretor-presidente da FVS, para manter a redução do número de casos, é fundamental que a população também faça a parte dela, adotando medidas que evitem a proliferação do mosquito.
Estratégias – Neste ano, a FVS também intensificou as ações naqueles municípios onde o LIRAa apontou alto risco de ocorrências de casos de dengue. “Enviamos equipes de endemias para atuarem junto aos órgãos de saúde e limpeza de cada localidade. Baseado nos dados de proliferação do inseto, os agentes da FVS se organizam junto aos órgãos de competência para traçar a melhor estratégia de combater a doença”, explicou.
Outra ação, desenvolvida pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam), por meio da FVS, órgãos de saúde municipais e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscom), visa evitar que os canteiros de obras em Manaus se tornem potenciais criadouros do mosquito da dengue. A parceria inclui a distribuição de material informativo, com um ‘check list’ sobre os cuidados para evitar acúmulo de água, propício para criadouros do mosquito, em lajes, calhas, lixeiras e entulho. A fiscalização sanitária nos canteiros de obras também foi intensificada.
Mapa da dengue no Amazonas – – De acordo com o LIRAa encerrado em janeiro, os principais municípios com alto risco de infestação do mosquito são Barcelos, Borba, Codajás, Manaus, Manicoré e Nova Olinda do Norte.
Dados do levantamento apontam que, em Manaus, 11,7% da população do inseto está na zona leste; 23,7% na zona oeste; 14,8% na zona sul e 6,7% na zona norte.
No período de outubro de 2011 a janeiro deste ano, época considerada de risco para a doença em virtude das chuvas, os maiores registros de casos de dengue no Sinan-AM foram nos municípios de Manaus, com 298 casos confirmados laboratorialmente; São Gabriel da Cachoeira, com 141; Manacapuru, com 35; Tefé com cinco e Humaitá com dois casos.