Combate às endemias tem reforço tecnológico

As ações de controle de endemias no Amazonas serão desenvolvidas agora com o suporte da tecnologia Nokia Data Gathering, desenvolvida pelo Instituto Nokia de Tecnologia (INdT), para facilitar a coleta e envio de dados de pesquisas de campo realizadas pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), órgão da Secretaria de Estado da Saúde, responsável pelas ações de vigilância sanitária, ambiental e epidemiológica.

A nova ferramenta, que dispensa totalmente a utilização de formulários de papel e funciona com aparelhos de telefonia móvel, será usada inicialmente no programa de prevenção e controle da dengue, na região metropolitana de Manaus e, futuramente, nos programas de malária, febre amarela e outras doenças de notificação obrigatória, em todo o Estado. Quinze técnicos da Fundação já estão sendo treinados para coordenar o uso da tecnologia no monitoramento de casos e situações de risco. Nesta primeira etapa, o serviço de campo será feito por 50 agentes de endemias.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Agnaldo Costa, a tecnologia desenvolvida pela Nokia dará suporte aos inquéritos bimestrais realizados para o levantamento rápido de presença de larvas do mosquito Aedes Aegypti em residências e outros edifícios. A coleta dos dados seguirá um questionário padrão. “Esse trabalho poderá ser feito em áreas com ou sem cobertura de sinal de celular, viabilizando que nossas equipes trabalhem com a mesma rapidez em locais de difícil acesso e com sistemas ainda precários de comunicação”.

A tecnologia do Nokia Data Gathering envolve a transmissão de dados em tempo real, por meio da conexão GPRS das redes GSM presentes nos aparelhos móveis. Em locais onde não há rede, os dados ainda podem ser transferidos para um computador conectado à Internet, via bluetooth (sem fio), cabo USB ou transferindo o cartão de memória do aparelho com os dados da coleta.

Agnaldo Costa destaca que, até agora, a coleta de dados era feita pela FVS em formulários de papel, de forma manuscrita. As informações eram digitadas em sistemas de informação específicos e depois analisadas. “Com a nova tecnologia móvel teremos o processamento de informações em tempo real, permitindo a tomada de decisões antes em situações de risco, principalmente epidemias”. Na tela do celular, o agente de endemias pode ler e responder ao questionário de campo e imediatamente enviar para um computador central que fará a compilação dos dados em tempo real. A ferramenta também permite o georeferenciamento automático, ou seja, o local da coleta das informações é registrado pelo aparelho, sem a necessidade de qualquer comando do agente.

A fase piloto de implantação da nova tecnologia foi realizada nos últimos dois meses nas zonas Norte, Leste e Oeste, em bairros escolhidos com base nos dados de presença de mosquitos e larvas, e no número de casos da doença.

O diretor técnico da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, explica que além do controle de doenças como dengue e malária, serão monitoradas, com o suporte do Nokia Data Gathering, ações de vigilância sanitária e ambiental, campanhas de vacinação, investigação e controle de surtos, epidemias, desastres e outras situações inusitadas. Também serão mapeados os locais que necessitam de controle sanitário e as informações de saúde em áreas remotas serão monitoradas.

Bernardino destaca que o projeto de implantação da nova tecnologia nas ações de vigilância em saúde no Estado não irá trazer custos adicionais aos programas de controle de endemias. “Os 50 aparelhos tipo smart phone serão disponibilizados por comodato pela Nokia e a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia contribuirá com a contratação das linhas telefônicas para a transmissão de dados”.

Plano de controle – No início deste ano, o Governo do Amazonas elaborou o Plano de Impacto para o controle da dengue, visando reduzir os riscos de epidemia em Manaus. A capital responde por mais de 90% dos casos registrados no Estado.

Com ações integradas de saneamento, educação em saúde e combate ao mosquito Aedes aegypti, realizadas de fevereiro a junho, o Plano gerou uma queda de mais de 40% nos casos registrados neste período. As ações foram desenvolvidas por órgãos públicos estaduais e municipais, indústria, comércio e Forças Armadas, sob a coordenação da FVS.

“Conseguimos controlar a dengue, mesmo com todos os fatores favoráveis à expansão da doença, como a circulação dos três sorotipos, o clima e a proximidade com estados onde houve epidemia em 2008”, afirma Bernardino Albuquerque. Segundo ele, os casos entre junho e julho foram 47% menores que os registrados no ano passado, quando a doença estava totalmente estabilizada.

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