Convênio garante R$ 6 milhões para manejo ambiental

O secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim, e o coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde, Sebastião Nunes, formalizaram no dia 9 de junho um convênio de manejo ambiental em áreas de malária, no valor de R$ 6 milhões repassados pelo Governo Federal, com contrapartida de R$ 600 mil do Governo do Estado. O objetivo é promover a drenagem do igarapé do Tarumã para controle da doença. O convênio vai permitir que sejam drenados cerca de 13 km do igarapé, a partir do bairro de Nova Cidade (zona Oeste) até o antigo balneário do Tarumã (zona Oeste), passando bairros de Santa Etelvina e União da Vitória. Na área vivem aproximadamente 65 mil pessoas.

A duração do convênio é de um ano e, de acordo com Wilson Alecrim, os serviços devem começar em aproximadamente 90 dias, após licitação e contratação da empresa que irá executar as obras. Está prevista a retificação do curso do igarapé, desobstrução e drenagem, além de contenção para construção de quatro pontes.

O secretário disse que a drenagem do igarapé do Tarumã representa investimentos altos, mas definitivos e importantes para o controle da doença em Manaus. “O mosquito da malária utiliza água das margens de rios e igarapés para sua reprodução”. Segundo ele, a fêmea do Anopheles darlingi procria de quatro a cinco vezes durante a vida, depositando, em média, de 50 a 200 ovos em cada ciclo de reprodução. “Sem as condições ambientais para a reprodução, diminui a densidade dos mosquitos e a probabilidade de transmissão da doença”.

Wilson Alecrim destacou também que a redução de mosquitos e dos índices de transmissão de malária têm grande impacto na redução de uso do inseticida aplicado no entorno e no interior das casas localizadas nas áreas de risco. “A diminuição de borrifação também traz ganhos ambientais e financeiros”. Ele afirmou que esta redução não significa a suspensão das ações de combate ao mosquito já realizadas no local. “Não há nenhuma ferramenta que, usada individualmente, seja capaz de combater a doença”. Segundo ele, o controle da malária requer diagnóstico e tratamento precoce e controle do mosquito na fase larvária e adulta, com aplicação de biolarvicida, inseticida e manejo ambiental.

Zona Oeste – De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde, a zona Oeste é responsável por 30% do total de casos de malária na capital. A quantidade de pessoas atingidas pela doença nas 16 localidades situadas ao longo do igarapé do Tarumã foi reduzida em quase 50% entre 2003 e 2004, mas os bairros e comunidades, num total de, ainda são consideradas prioritárias para o controle da doença.

Em 2004 foram registrados no local 6,8 mil, cerca de 50% menos que no ano anterior. Neste ano, a redução vem sendo mantida, de acordo com as estatísticas do Sistema de Vigilância em Saúde. Até o mês de maio, houve o registro de 2,9 mil ocorrências. “A meta é recuar ainda mais com o número de casos e o manejo ambiental é fundamental porque cria condições favoráveis ao combate evitando, por exemplo, o represamento das águas por acúmulo de lixo e comprometimento das margens”, disse Wilson Alecrim.

Para o combate à malária, devem ser investidos em todo o Estado cerca de R$ 16 milhões, de acordo com Alecrim. “Estamos trabalhando com todos os elementos de estratégia e tecnologia existentes para conter a doença”. Segundo ele, a malária havia sido erradicada da área urbana em 1976, mas foi reintroduzida a partir de 1986, com a expansão da zona Leste, especificamente a área do Tancredo Neves. “Desde então temos um gráfico de aumento e redução de casos, em função de inúmeros fatores, dentre os quais o aumento de invasões e a entrada das pessoas na floresta, habitat natural dos mosquitos”.