Dengue está sob controle no Amazonas

Apesar da ocorrência de epidemias nos estados vizinhos do Acre, Roraima e Rondônia, registradas entre os meses de fevereiro e agosto, o Amazonas mantém a dengue sob controle. O acompanhamento da densidade vetorial e dos riscos de transmissão da doença é feito pela Fundação de Vigilância em Saúde que, foca o trabalho de esclarecimento e eliminação de focos dos mosquitos nas áreas de risco mais elevado, concentradas atualmente principalmente em bairros e invasões das zonas Leste e Norte.

Segundo a FVS também merecem atenção especial, pela ocorrência de casos, bairros zonas Sul e Centro Sul. A zona Sul é formada por 17 bairros onde residem cerca 273.930 pessoas. A área apresenta o maior índice de casos de dengue da cidade – 257 entre os meses de janeiro a outubro deste ano. Nessa zona estão localizados bairros tradicionais como Cachoeirinha, Aparecida e Morro da Liberdade. Já na zona Centro Sul, onde vivem 144.709 pessoas, foram registrados 170 casos de dengue até o momento.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, a vigilância à dengue por parte da população e poder público tem que ser permanente, evitar a ocorrência de uma epidemia na cidade, como já aconteceu nos anos de 1998, quando foram registrados mais de 13 mil casos de dengue, e em 2001, quando o número de infectados foi superior a 18 mil. O secretário destaca que com a possível entrada do sorotipo 4, ainda não encontrado no país, mas já identificado em países vizinhos como a Venezuela, aumentam os riscos de epidemia. “Ao adquirir a dengue, o paciente se torna imune àquele vírus específico. Como a população ainda não entrou em contato com o tipo 4, estará 100% expostas com o início da sua circulação”, explica.

Em 2004 foram registrados apenas 846 casos em todo o Amazonas – mais de 90% deles concentrados em Manaus – e neste ano, até o momento ocorreram 924 casos no Estado e 842 na capital.

A febre hemorrágica de dengue – causada pelo agravamento da doença – também está sob controle no Estado. No ano passado foram apenas cinco casos e neste ano, três. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, desde o surgimento da doença no Estado, em 2001, houve um único óbito por dengue hemorrágica, o que se deve, segundo Alecrim, ao trabalho de esclarecimento da população e ao rápido diagnóstico e tratamento. Os sintomas incluem sangramentos, principalmente nas gengivas e orifício nasal e a doença é confirmada com a realização de exames laboratoriais que identificam o número de plaquetas e hemácias no sangue.

OMS

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.