Diversidade regional norteia propostas da Conferência
A Conferência, pela primeira vez, contou com a participação de cerca de 180 delegados de 59 dos 62 municípios do Estado. A habilitação do município de Manaus na Gestão Plena do SUS marcou politicamente a Conferência. Segundo a secretária de Estado da Saúde, Leny Passos, a decisão política do governador Eduardo Braga, que não mediu esforços, entregando à Prefeitura de Manaus um total de 23 centros de saúde, significa aumento nos recursos repassados pelo Ministério da Saúde e a possibilidade de aperfeiçoar a atenção à Saúde em todos os níveis.
Organizada pelo Conselho Estadual de Saúde com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), a Conferência constituiu a segunda etapa de discussão de diretrizes voltadas para o incremento do Sistema Único de Saúde (SUS). A primeira aconteceu nas conferências municipais. O passo seguinte é a 12.ª Conferência Nacional, onde as diretrizes definidas pelos estados, serão analisadas, debatidas e aprimoradas para aprovação e consolidação, servindo de base para a definição das políticas de saúde no Brasil para os próximos dois anos.
Um dos temas prioritários nas discussões foi o financiamento do SUS levando em conta as características regionais. Leny Passos realizou o encerramento da Conferência fazendo um balanço das discussões e das diretrizes. “Uma das propostas principais, e que está acordada com todos os Estados da região Norte, é a organização do SUS considerando as características locais, nossas diversidades regionais. É o que estamos chamando de SUS Verde”, disse Leny. “Precisamos de uma política de organização e, principalmente de financiamento, que leve em conta a escassez de recursos humanos. O Amazonas precisa de soluções para seus problemas de saúde que lhe são característicos, como as endemias”. Além do financiamento, a secretaria destacou a proposta de implantação de pólos de capacitação permanente para atender a necessidade de uma política de recursos humanos. Outro destaque foi o controle social na implementação do SUS para otimizar a aplicação de seus recursos.
Ela ressaltou mais uma vez que a região Norte tem a menor taxa de urbanização do país, com uma população dispersa em grandes extensões e a maior concentração de população indígena, além sérias dificuldades de logística, com as estradas de rio e longas distâncias entre os municípios e comunidades do interior dos Estados.