Doação de leite ajuda bebês
A jovem Marlene de Souza Borges, 18 anos, esperava sua primeira filha para dezembro. Dois meses antes, no entanto, nasceu a pequena Sharon. Prematura, ela ainda precisa dos cuidados intensivos da UCI Neonatal da maternidade pública estadual Ana Braga. Terá que ganhar peso e desenvolver a capacidade de sugar o peito da mãe, o que ainda não é possível. Sua alimentação ocorre com a ajuda de sondas delicadas que transportam leite materno – doado por voluntárias – nas quantidades ideais para sua nutrição.
Bebês como Sharon podem ser alimentados desta forma porque mães como a dela fazem doações regulares ao Banco de Leite Humano. Sem poder amamentar a própria filha, Marlene doa todo o leite que produz. “É uma forma de me sentir amamentando e, ao mesmo tempo, retribuir a ajuda que estamos recebendo de outras mães”, diz.
Antes de ser destinado a bebês internados nos hospitais e maternidades, o leite doado por voluntárias passa por rigorosos testes de qualidade e é pasteurizado (processo especial de aquecimento e resfriamento que elimina impurezas). Nos dois anos em que funciona na maternidade Ana Braga, o Banco já coletou, pasteurizou e distribuiu 3.120 litros de leite, mobilizando 3.683 doadoras.
A unidade, inaugurada em 27 de outubro de 2004, atingiu neste período a média mensal de 130 litros de leite. “Conseguimos atender as crianças hospitalizadas mas não trabalhamos com folga. O ideal seria dobrar o número de doações e isso está estabelecido como meta para o próximo ano”, diz o pediatra Jefferson Guilherme, da equipe do Banco. Para atingir a meta, o pediatra diz que os esforços no esclarecimento e sensibilização das mães irão aumentar com a realização de campanhas e de ações pontuais.
Incentivo – O Banco de Leite também promove o aleitamento materno por meio de ações educativas em maternidades, unidades de saúde, empresas e escolas. O objetivo é informar profissionais e mães sobre os benefícios do leite materno e incentivar a amamentação até, no mínimo, os seis meses de idade. Mães com dificuldades para amamentar também são atendidas pelos profissionais do Banco que tiram dúvidas e ajudam na solução dos problemas.
De acordo com Jefferson Guilherme está prevista para 2007 a implantação do processo de liofilização do leite materno, permitindo que o produto, ao invés de sair do Banco na forma líquida, saia em pó. Também deverá ser implantado o atendimento pelo sistema 0800, a fim de permitir o acesso gratuito da população a informações sobre o aleitamento materno e cuidados com a alimentação de recém nascidos.
Com instalações e equipamentos considerados de alto padrão de qualidade, além de profissionais treinados em centros de excelência, o Banco de Leite do Amazonas é, de acordo com o Ministério da Saúde, o Centro de Referência Estadual pelo Programa de Qualidade da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. “Desde a inauguração, a unidade é considerada uma das melhores do país e da América Latina”, destaca Jefferson Guilherme.
Coletas podem ser feitas em casa
Qualquer mulher saudável que esteja amamentando e tenha leite excedente pode se tornar doadora. A coleta do leite pode ser feita no próprio Banco ou em casa. Para isso são fornecidos kits com máscaras, luvas e frascos esterilizados. Profissionais do Banco também orientam sobre a forma correta da oredenha e sobre o armazenamento do leite, até o recolhimento pelo carro da unidade, que faz este serviço semanalmente. Antes de se tornar doadora efetiva, a mãe voluntária voluntária passa por uma avaliação médica. “Verificamos seu estado geral de saúde e avaliamos também as condições de saúde do bebê. Este procedimento visa, principalmente, a segurança dos dois”, explica o pediatra Jefferson Guilherme.
Ele diz que a população pode ajudar por meio de doação de frascos de maionese ou de café solúvel com tampa plástica.
Mais informações sobre a doação e o aleitamento materno pelo telefone 3249-6824, ou, ainda, no Banco de Leite que funciona na Maternidade Ana Braga, no bairro São José, zona Leste de Manaus.
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