Estado capacita profissionais para redução da mortalidade
Foram 600 profissionais, divididos em duas turmas e dois turnos (das 8h às 13 horas e das 14h às 19 horas). O curso tem como objetivo capacitar os técnicos e auxiliares para o manejo de recém-nascidos de baixo, médio e alto risco, e faz parte das estratégias do Governo do Estado para alcançar as metas de redução da mortalidade neonatal no Amazonas. O Pacto Estadual, firmado entre a Susam e as secretarias de saúde dos 62 municípios amazonenses, prevê a diminuição de 15% dos atuais índices mortalidade materna e de bebês até os 28 dias de vida, até o final de 2006. O acordo segue o Pacto Nacional que definiu estes índices de redução para todos os estados brasileiros.
Ministraram as aulas de capacitação as enfermeiras Elisa Ribeiro Fraga e Ednéia Maria de Oliveiras, ambas especialistas em Enfermagem Neonatal pela Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). Este é o primeiro curso do Programa de Treinamento de Recursos Humanos com foco na Gravidez de Alto Risco. O Programa terá duração aproximada de um ano e está sendo desenvolvido com financiamento do Ministério da Saúde.
De acordo com a secretária de Estado da Saúde, Leny Passos, a capacitação dos profissionais é um das necessidades identificadas pela Susam como prioritárias para o alcance das metas de redução de mortes neonatais. “Além da atualização técnica, estamos trabalhando na humanização do atendimento às mães e bebês, com o objetivo de oferecer mais confiança, conforto e bem estar, às gestantes que procuram nossas maternidades”.
Segundo a secretária, o Amazonas apresenta índices de mortalidade materna e neonatal ainda considerados altos pela Organização Mundial de Saúde, mas menores que a média nacional. No Estado, dados de 2003 mostram que a mortalidade materna (por gravidez, aborto ou parto) foi de 73 mortes de mulheres por 100 mil nascidos. A mortalidade neonatal (até os 27 dias) foi de 11,5 mortes por mil nascidos vivos, mais de 70% concentradas nos primeiros sete dias de vida. vivos No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, a cada 100 mil nascidos vivos, ocorrem 74,5 mortes de mulheres. No caso das crianças, a cada mil bebês que nascem no país, 18,3 morrem nos primeiros 27 dias de vida.
Leny Passos diz que a mortalidade neonatal tem como principal causa os problemas relacionados à gravidez e ao parto, associados às características biológicas das mães, às condições sócio-econômicas das famílias e a qualidade da assistência antes, durante e após o parto. Desde os anos 90, de acordo com o Ministério da Saúde, é entre os primeiros minutos e os 27 dias de vida que morre o maior número de crianças no País. Ao mesmo tempo, pesquisas nacionais demonstram que aproximadamente 10 mil mulheres estão expostas à gravidez indesejada.
O coordenador do curso de Atualização em Enfermagem Neonatal, médico Pedro Maurício, explica que a principal preocupação das maternidades é com o bebê prematuro (com menos de 34 semanas), que tem baixo peso ao nascer e são mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças. A hipertensão e o diabetes nas mulheres grávidas e a incompatibilidade sanguínea também são fatores preocupantes, segundo Maurício. “Os resultados esperados com o curso é que os profissionais tenham maiores informações técnicas e maior desenvoltura no contato com os recém-nascidos que precisam de cuidados especiais”.