Estado implanta Sistema Vigisolo
O objetivo do sistema é conhecer, detectar e controlar fatores ambientais de risco, doenças e outros agravos à saúde da população relacionadas a contaminantes no solo.
Como primeira etapa da implantação, a Secretaria de Saúde do Governo do Amazonas (Susam) iniciou o treinamento de 12 técnicos da vigilância ambiental do Estado no mapeamento e uso do Sistema de Posicionamento Global (GPS), o georreferenciamento, de áreas contaminadas. Os participantes estarão visitando 11 áreas no Estado com informações sobre risco de contaminação, em grupos de trabalho, para as atividades técnicas. Para o aprendizado serão visitados locais em Manaus, Presidente Figueiredo e Careiro.
O curso está sendo ministrado pela engenheira sanitarista e consultora técnica na área da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental do Ministério da Saúde (CGVAM/MS), Aída Silva. Também participam técnicos do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).
A consultora técnica disse, na abertura da oficina, que as informações subsidiarão a construção de indicadores de saúde e ambiente e o Banco de Dados do Vigisolo, favorecendo assim o planejamento de ações prioritárias e interventoras por parte do setor saúde. “Com a implantação do sistema de vigilância do solo contaminado poderemos, em parceria, desencadear ações em nível local, atuando na vigilância em saúde de forma mais eficaz, já que as ações passarão a ser integradas a diversos setores governamentais”, explicou a Aída Silva.
A secretária Leny Passos diz que o Vigisolo funcionará com a colaboração de toda a sociedade. “A implantação do Sistema é estratégica para Vigilância Ambiental em Saúde no Amazonas. A participação das secretarias estaduais e municipais de saúde é importante, já que estará agregada a informações e trabalhos de fundações e órgãos relacionados ao meio ambiente, agricultura, pesquisas minerais, indústrias e saneamento básico”, disse. Até novembro de 2004, o Vigisolo deverá estar em pleno funcionamento em todos os Estados.
De acordo com o Diagnóstico Nacional de Áreas com Solos Contaminados, realizado previamente em 16 capitais brasileiras, as informações sobre as áreas monitoradas a serem cadastradas no banco de dados do Vigisolo devem priorizar oito variáveis que são as áreas de disposição final de resíduos urbanos e de resíduos industriais, áreas industriais, depósitos de agrotóxicos, atividades de mineração, unidades de postos de abastecimento e serviços, áreas de passivo ambiental e de contaminação natural.
O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde da Susam, Evandro Melo, explica que as doenças que a população pode adquirir por habitar ou trabalhar em área de solo contaminado, em geral, não são visíveis e não têm facilidade de diagnóstico imediato. “Em geral é um processo longo de incorporação do contaminante que afeta ou afetou o solo, mas que afeta e tem impacto grande na saúde das pessoas”, disse o diretor. Ele cita como exemplo o bairro do Novo Israel, em que há estudos que indicam a contaminação do solo por processo de decomposição de substâncias presentes nos resíduos sólidos urbanos, já que parte do bairro era um “lixão”. A contaminação do solo pode acarretar doenças pulmonares, musculares e até cardíacas.