Estado mobiliza população contra tuberculose

Esclarecer sobre os sintomas da tuberculose e a importância do diagnóstico precoce foi o principal objetivo da mobilização realizada hoje (29), em Manaus, pelo Centro Estadual de Referência Cardoso Fontes. Técnicos de enfermagem da unidade e voluntários visitaram, durante toda a manhã, lojas e pontos de ônibus do centro comercial, onde distribuíram folhetos e cartazes com informações sobre a doença, além de adesivos e calendários com o slogan “Tuberculose tem Cura”. A equipe também aplicou questionário, para avaliar o grau de conhecimento da população sobre a tuberculose.

De acordo com a coordenadora estadual do Programa de Controle da Tuberculose, médica Irineide Assumpção, o objetivo é aumentar o conhecimento da população sobre a doença e reduzir o preconceito. “Muitas pessoas ainda não sabem o que é tuberculose e acreditam em mitos como o de que a doença não tem cura”. Segundo ela, há quatro anos vêm sendo feitas campanhas informativas, destacando os sintomas, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de que os pacientes façam o tratamento até o fim.
No Amazonas, a taxa de incidência da tuberculose é de 68 doentes para 100 mil habitantes. A coordenadora diz que os municípios prioritários para controle são Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Itacoatiara, Parintins, Tefé e Tabatinga. Juntos, eles concentram cerca de 80% das notificações. Na capital, que registra 88 doentes em cada grupo de 100 mil pessoas, estão 70% dos casos. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Susam), em 2005 foram identificadas 2.095 pessoas com tuberculose em todo o Estado.
O diagnóstico e o tratamento da doença são oferecidos gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde. No Cardoso Fontes, centro de referência para prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose, são feitos exames confirmatórios e acompanhamento dos casos mais graves. Em média, 50 pessoas procuram a unidade todos os dias.
Irineide Assumpção diz que embora haja facilidade ao diagnóstico e ao tratamento, alguns problemas culturais e sociais interferem no processo de controle da tuberculose. “O mais grave é o abandono do tratamento após o desaparecimento dos sintomas, fazendo com que o paciente tenha recaídas e se torne resistente aos remédios”. Ela diz que atualmente a taxa de abandono é de 9%.
A coordenadora afirma que a identificação precoce da doença ajuda o paciente e evita a transmissão. “Por isso, orientamos a população a procurar assistência médica na unidade de saúde mais próxima de casa se tiver tosse por mais de três semanas ou tosse aliada aos outros sintomas como dor no peito, perda de peso e suor noturno”, destaca.
O tratamento é feito com antibióticos e antiinflamatórios, durante seis meses. Cerca de 85% dos pacientes concluem o tratamento nesse período. As internações não são comuns, só ocorrem com pessoas debilitadas ou com as que têm problemas causados por intolerância aos medicamentos. Os demais pacientes são atendidos ambulatorialmente e deixam de apresentar os sintomas nos dois primeiros meses de tratamento.
O índice de mortalidade por tuberculose é baixo no Amazonas, 3 para grupos de 100 mil. “As mortes ocorrem por não adesão ao tratamento, resistência a todas as drogas disponíveis e associação com outras doenças como a Aids”, explica Irineide.
Transmissão
O Micobacterium tuberculosis, ou bacilo do Kock, como é mais conhecido, é transmitido pelas vias respiratórias. A transmissão é mais fácil em aglomerados, onde o contato entre as pessoas é muito próximo. O desenvolvimento da doença depende, dentre outras coisas, das condições de saúde de quem se expõe ao bacilo. Pessoas com baixa imunidade, que não se alimentam adequadamente e debilitadas por outras doenças são as que acabam desenvolvendo a tuberculose.

Principais sintomas da tuberculose

Tosse por mais de 3 semanas
Dor no tórax
Febre
Falta de Apetite
Perda de Peso
Suor noturno
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