Estado realiza etapa da campanha contra o câncer de pele

O objetivo é alertar a população para os riscos da exposição ao sol sem proteção, diagnosticar precocemente possíveis casos e incentivar cuidados redobrados com a chegada do verão. A segunda etapa da campanha será feita simultaneamente com os outros estados brasileiros, no mês de novembro.

O câncer de pele é, de acordo com a Susam, o de maior incidência no estado do Amazonas. “Como não é uma doença de notificação obrigatória, as estatísticas não são exatas, mas média estimada é de 18 casos para 10 mil habitantes”, diz o dermatologista José Chirano, membro da Sociedade Amazonense de Dermatologia e um dos profissionais responsáveis pelo atendimento de dermatologia oncológica da Fundação Alfredo da Matta.

Chirano diz que desde 1999 vem sendo realizadas campanhas com o objetivo de esclarecer sobre a doença e divulgar medidas de prevenção. No entanto, cerca de 70% da população tomam sol sem nenhuma proteção. “Normalmente as pessoas só se protegem quando saem para o lazer, mas é no dia-a-dia que ficam mais expostas”. O médico explica que o câncer pode ser evitado com cuidados simples que incluem o uso diário de protetor solar, chapéus e óculos com proteção contra os raios ultravioletas, além da não exposição ao sol entre as 9 horas e as 15 horas, período em que os raios são prejudiciais.

Durante a campanha estadual realizada no ano passado, foram atendidas 1.797 pessoas, das quais 4,8% (90) com diagnóstico positivo para algum tipo de câncer de pele. José Chirano diz que em 2003 foram registrados 300 novos casos de câncer de pele no Alfredo da Matta e que a estimativa se mantém para este ano.

De acordo com o médico, as pessoas mais atingidas são as de pele branca, com muitas machas. Levantamentos realizados durante a última campanha nacional mostraram que do total de pessoas brancas atendidas, 11% tinham câncer de pele contra apenas 2% de pessoas negaras. Entre as de pele parda e amarela, os índices também foram inferiores: 4% e 3% respectivamente.

José Chirano acrescenta que a média de idade das pessoas com diagnóstico positivo é de 60 anos e que os homens são os menos cuidadosos em relação à exposição solar. Cerca de 77% não se protegem do sol enquanto nas mulheres o índice é de 64,5%. Por este motivo, a incidência da doença no sexo masculino é cerca de 4% superior ao registrado entre as mulheres.

Para Chirano as recomendações mais importantes para a população são a proteção diária e a busca precoce do diagnóstico. Ele diz que os sinais do câncer de pele são muito variados, incluindo desde uma mancha até uma lesão que não cicatriza. Portanto, diante de qualquer alteração na pele um serviço de saúde deve ser procurado. De acordo com o médico, se o câncer de pele for diagnosticado precocemente a cura é de 100%. “O grande problema é começar o tratamento quando o câncer já está em estágio avançado”, diz.

Na campanha de 2003, dos 38,4 mil pessoas atendidas em todo o Brasil, 2.448 apresentaram carcinoma basocelular (6,4%) e 446 (1,2%) tinham carcinoma espinocelular. Duzentas e nove pessoas (0,5%) apresentaram melanoma maligno.

No Amazonas, o centro de referência para todos os tipos de câncer de pele é a Fundação Alfredo da Matta, vinculada à Susam, que oferece atendimento médico e tratamento gratuitamente. A avaliação inicial dos pacientes é feita pelos centros de saúde que encaminham os pacientes com suspeita de câncer para diagnóstico no Alfredo da Matta.