Estado recebe reforço para controle da malária

O Governo do Estado recebeu do Ministério da Saúde ontem (12), mais de 300 itens, entre veículos e equipamentos, para uso nas ações de controle da malária no Amazonas. O material, entregue oficialmente pelo ministro Agenor Álvares no Tropical Hotel Manaus, durante solenidade que reuniu autoridades de saúde e representantes dos municípios do Amazonas, irá, de acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, incrementar a estrutura de combate às endemias de 50 municípios.

O reforço atende ao plano de investimento para a intensificação do controle da malária na Amazônia Legal e segundo o ministro é a demonstração de que o tema é prioridade absoluta no Ministério da Saúde. Mais de 99% dos casos de malária estão concentrados nos nove estados que compõem a Amazônia Legal, onde somente no primeiro trimestre de 2005 houve 133,7 mil notificações da doença.

Ao todo foram passados ao Estado 379 itens, incluindo 38 botes de alumínio, 36 grupos geradores, 86 microscópios bacteriológicos, 12 microscópios entomológicos, 38 motores de popa, 30 motocicletas, 10 carros tipo pick up e 96 pulverizadores. Além disso, foram entregues microscópios, kits de laboratório e sete veículos para o programa de controle da dengue.

O prefeito de Apuí, Antônio Roque Longo, recebeu simbolicamente o material destinado aos municípios amazonenses, com as chaves e o documento de uma pick up S10. O secretário Wilson Alecrim informou que a distribuição do material está sendo feita por critérios técnicos de necessidade e prioridade e complementa a estrutura montada pelo Governo do Estado em outubro do ano passado, quando foi lançado o plano emergencial para o controle da malária, com foco inicial na capital e posteriormente ampliado para os municípios próximos à Manaus e para os de maior risco de transmissão da doença.

De acordo com o diretor da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo, 25 municípios amazonenses estão certificados para o controle de endemias, respondendo pelas ações de combate, diagnóstico e tratamento. Nos demais, incluindo Manaus (única capital brasileira ainda não habilitada para responder integralmente pelas ações de endemias), a coordenação e execução das ações ainda é feita pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), órgão vinculado à Susam.

Presente à solenidade de ontem, o secretário municipal de Saúde, Jesus Pinheiro, anunciou que a certificação de Manaus será solicitada ao Ministério da Saúde ainda neste ano. “Esta é uma decisão política, pactuada pelo prefeito Serafim Corrêa e pelo governador Eduardo Braga”, assegurou. Segundo ele, município e Estado já estão atuando tecnicamente juntos no controle da malária e as condições para a certificação estão se concretizando. “Ao estar habilitado para o controle de endemias, o município passa a responder pelo planejamento e execução das ações e também a receber diretamente do Governo Federal os recursos para o combate às endemias, cujo carro-chefe é a malária”, esclarece o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Segundo o presidente da FVS, Evandro Melo, em 2005, o programa estadual de controle de endemias recebeu cerca de R$ 40 milhões, dos 50% recursos estaduais e os outros 50%, provenientes do Governo Federal.