Estado reduz casos de malária

Os casos de malária caíram 22% em todo o Estado durante este ano, em relação ao ano passado. A redução indica que cerca de 50 mil pessoas deixaram de adoecer na capital e no interior nos últimos 12 meses. Em Manaus, a queda foi de 40%, o que significa 25 mil casos a menos.

Os dados são do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e confirmam, de acordo com o secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim, a tendência de queda progressiva da doença desde outubro do ano passado.

Os períodos do ano com o menor número de notificações foram fevereiro, abril, maio, setembro e dezembro, quando foram registrados menos de 3 mil casos mensais na capital e menos de 11 mil registros mensais no Estado como um todo.

“Continuamos trabalhando para reduções ainda maiores, mas os números atuais mostram o sucesso das medidas adotadas para o controle da doença”, afirma Alecrim. Segundo ele, dentre as principais medidas estão a ampliação da quantidade de locais para o diagnóstico da malária. Atualmente são 717 postos, dos quais 124 em Manaus e os outros 593 nos municípios do interior. Setenta e um foram implantados neste ano. Juntas, as unidades realizaram mais de 1 milhão de exames.

O secretário também considera como avanços do programa estadual do controle da malária, a definição de estratégias para o interior adequadas à cada município, o manejo ambiental sistemático, realizado principalmente na capital em parceria com a prefeitura, além da introdução de um novo medicamento para tratamento da malária do tipo falciparum. “Apesar do aumento da doença na Amazônia Legal, onde estão 99% das ocorrências, o Amazonas conseguiu alcançar, com esse conjunto de medidas, reduções importantes que devem ser sustentadas”.

Reforço – Segundo o diretor presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo, algumas ações de rotina foram ampliadas. Na capital e nos 16 municípios que respondem por 80% da malária, mais de 50 mil casas receberam borrifação intradomiciliar e cerca de 300 mil foram protegidas pela aplicação de inseticida (fumacê) nas áreas externas. As ações educativas e a busca ativa de pessoas doentes também foram intensificadas.

De acordo com o diretor, Manaus continua com o maior número de casos de malária no Estado, apesar da redução. Ano passado o município respondia por 28% e este ano, por 22% do total de registros. Entre as áreas de maior risco de transmissão estão o Tarumã, BR 174 e localidades fluviais do Rio Negro (zona Oeste), onde ocorrem mais da metade dos casos, além dos bairros da zona Leste, lago do Puraquequara e Rio Amazonas (até Rio Preto da Eva e Itacoatiara), onde a concentração é de 31%.

Em 25 municípios as ações de controle são de responsabilidade municipal. Os demais, inclusive Manaus, ainda estão em processo de adequação para o controle de endemias e neles o programa é executado pelo Estado.

Diagnóstico precoce e tratamento evitam mortes

O diretor técnico da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, destaca os índices baixos de internações e mortes por malária como um dos grandes resultados do programa de controle estadual.

De acordo com ele, em 2006 apenas 0,6% das pessoas que contraíram a doença apresentaram complicações que levaram à internação. A taxa de letalidade (pessoas que morrem em relação ao total de casos) foi de aproximadamente 0,010%. “Estamos diagnosticando e tratando precocemente e, consequentemente, evitando casos graves”, avalia. Bernardino diz que começar cedo o tratamento também reduz a transmissão da malária porque o doente deixa de infectar os mosquitos e quebra a cadeia de transmissão.
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