Estado terá novo plano para combater malária

O Amazonas terá um plano plurianual para combater a malária nos 38 municípios do Estado, onde estão concentrados 94% dos casos da doença. O objetivo é reduzir a quantidade de ocorrências em 30% em 2008, 40% em 2009 e mais 30% em 2010.

A versão preliminar do plano, elaborada pela Fundação de Vigilância em Saúde em parceria com a Fundação de Medicina Tropical e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, foi apresentado nesta segunda-feira (13) à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a outros órgãos federais, municipais e estaduais de saúde, meio ambiente e infra-estrutura que, a partir de agora, serão envolvidos nas ações de controle da doença. Nesta quinta e sexta-feira (15 e 16/08) o documento será avaliado por gestores do governo estadual e federal.

De acordo com o secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, outros setores, além da Saúde, devem ter participação efetiva no combate às endemias, uma vez que fatores como mordia e saneamento podem significar maior ou menor exposição da população às doenças. Atualmente, cerca de 300 mil famílias residem em áreas de potencial malarígeno, nas áreas urbanas e rurais da capital e dos municípios do interior do estado.

O diretor presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Evandro Melo, diz que os estudos mostram crescimento na quantidade de mosquitos transmissores da malária. “Eles continuarão existindo para o equilíbrio ecológico. No entanto, estamos propondo ações amplas para que a população conviva com o mosquito sem adoecer”. Ele garante que houve avanços na rapidez do diagnóstico e tratamento dos casos. O Amazonas é o estado com os menores índices de casos graves e de mortalidade por malária. “Agora, precisamos reduzir o total de casos”.

O plano vai contemplar ações para as áreas urbanas, rurais e indígenas, com articulação multisetorial. Entre as várias propostas incluídas está a melhoria das condições de moradia dos ribeirinhos, com instalação de telas nas portas e janelas e sistema de aproveitamento da água das chuvas para evitar a ida do morador aos igarapés nos horários de risco de contaminação.

Também devem ser criadas cerca de 500 unidades descentralizadas para realizar, nas comunidades, o trabalho de borrifação, exames e tratamento, e o Programa Saúde da Família deverá incorporar o microscopista, uma exclusividade dos programas de endemias, até o momento. Atualmente as estruturas de controle estão nas sedes e as equipes precisam de um longo tempo para percorrer as áreas de risco, enquanto a mobilidade da população aumenta. “As ações de controle precisam acompanhar a velocidade de deslocamento do homem”, observa Evandro.

Pelo plano, ainda devem ser colocadas em prática ações de saneamento básico em 17 municípios amazonenses onde ocorrem 90% da malária urbana. Nas áreas indígenas devem ser adaptadas as mesmas estratégias, com a parceria da Funasa, responsável pela saúde dessa população. “Cada ação será discutida tecnicamente com os órgãos responsáveis”, explica.

Segundo o secretário Wilson Alecrim o plano foi solicitado pelo governador Eduardo Braga que definiu o combate à malária como prioridade do governo do Amazonas, garantindo não só apoio político e técnico, mas também empenho na busca de financiamento para as ações. O Estado espera que parte dos recursos necessários sejam garantidos pelo Governo Federal, mas outras parcerias podem ser firmadas em nível nacional e internacional. Os custos totais do projeto ainda não estão fechados.

A apresentação técnica do plano plurianual de controle da malária será feita a partir das 8h30 no auditório da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas.

Casos de Malária
2006
Amazonas – 193.581
Manaus – 40.622
2007*
Amazonas – 114.417
Manaus – 22.842
* até 10/08