Estado vai monitorar dados nutricionais da população
O objetivo do Sistema é viabilizar uma rede de informações relacionadas à alimentação e melhorar o perfil nutricional dos diversos grupos.
O treinamento de 150 técnicos que farão a implantação do Sisvan em seus municípios iniciou no dia 23. No primeiro momento, o Sistema irá abranger os dados de crianças até os cinco anos e gestantes. O primeiro relatório nutricional da população deve ser finalizado já no mês de maio.
A secretária estadual de Saúde, Leny Passos, explica que a análise permanente das informações vai permitir o que o Estado elabore políticas e ações prioritárias para melhoria as condições de nutrição na capital e no interior. “O sistema está pronto para o monitoramento amplo do perfil nutricional da população e no futuro serão incluídos outros grupos como os adolescentes e os idosos”. Ela ressalta que somente o Sisvan não vai garantir melhorias nas condições nutricionais da população. “Precisamos de recursos para atender as necessidades técnicas apontadas pela análise dos dados, além de programar a aplicação das verbas para evitar distorções e ineficiência”.
A nutricionista Éster Mourão, do Departamento de Políticas Estratégicas da Susam, ressaltou na abertura do treinamento a importância da alimentação correta para o crescimento das crianças. “Problema nutricionais interferem no desenvolvimento físico e mental e contribuem para internações hospitalares. Além disso, aumentam o risco do desenvolvimento de doenças na idade adulta”. Ela disse que os cuidados devem começar já no pré-natal com as orientações e controle nutricional da gestante e o acompanhamento mínimo de seis consultas na rede básica de saúde. “Além disso, toda mãe deve amamentar o seu filho. O leite humano tem tudo que é necessário para evitar as duas maiores causas de doenças em crianças menores de cinco anos que são a insuficiência respiratória aguda e diarréia”.
Estudos internacionais mostram que crianças que nascem com baixo peso têm chances até 18 vezes maiores de morrer por motivos de saúde, revela a nutricionista Éster. Ela diz que o baixo peso de recém-nascidos também significa maior probabilidade de morte até os cinco anos de vida. “Por isso, é fundamental o acompanhamento sistemático do crescimento e desenvolvimento da criança e algum tipo de intervenção nutricional para diminuir a morbimortalidade nesta faixa etária”.
Assim como no Brasil, a mortalidade infantil ainda é um problema no Estado. Os índices nacionais, incluindo os do Amazonas, são altos. “Por isso, temos que usar várias ferramentas para reverter a situação”, destaca Leny Passos. O acompanhamento aos recém-nascidos e as ações primárias como a vacinação também são preponderantes para a melhoria das condições de vida da população.