Esterilização e controle de infecções hospitalares

Além da esterilização com qualidade também foi apresentado e discutido o controle de infecções hospitalares no Amazonas, com foco na assistência aos profissionais de saúde em risco de contaminação e análise de dados epidemiológicos.

O presidente da Comissão de Estudos para Elaboração de Normas de Embalagem para Esterilização, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), engenheiro Roberto Sérgio Magalhães Pereira, explicou que a realidade brasileira sobre o processo de esterilização foi levantada em amostragem de 200 hospitais e clínicas nas principais capitais do país. “Percebemos que há pouco conhecimento dos parâmetros e poucos equipamentos são validados periodicamente, além de pouca adequação às normas de qualidade”. Segundo ele, é uma realidade que está em processo de mudança e iniciativas como oficinas para os profissionais são importantes para que haja troca e atualização de informações sobre esterilização com qualidade.

O engenheiro explicou que visitou alguns hospitais em Manaus e diagnosticou que o Estado tem bons profissionais na área e que estes têm informações técnicas. “A região fica distante dos grandes centros, onde normas e procedimentos são implantados periodicamente”, disse. Roberto Sérgio disse ainda que o tema esterilização não é discutido nas universidades.

Ambulatório – O médico infectologista Noaldo Lucena, que também participou da Oficina na manhã de ontem, disse que o Estado já está avançando no controle de infecções hospitalares com a implantação do Ambulatório de Assistência Ocupacional. O serviço funciona na Fundação de Medicina Tropical e está coletando dados epidemiológicos dos profissionais de saúde que tiveram ou venham a ter acidentes de trabalho. Desde que foi criado, em 2001, o ambulatório já acompanhou cerca de 530 profissionais de saúde acidentados. “É importante salientar a necessidade de melhor esclarecimento por parte dos profissionais em relação à contaminação hospitalar já que estamos em região endêmica para doenças como hepatite B e C”, diz.

Noaldo ressalta que a vigilância dos dados epidemiológicos dos profissionais é uma das metas do Estado, através da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares, para auxiliar os dirigentes a elaborar políticas de saúde para proteger os profissionais expostos a riscos de contaminação.