FMT receberá representantes da OMS

Está prevista para o dia 20 de junho a visita à Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) de uma comitiva de pelo menos 12 pessoas, entre membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estará representada pelo Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), financiadores de projetos de pesquisa em doenças infecciosas, jornalistas da imprensa européia e representantes de países beneficiados com programas de pesquisa em saúde, desenvolvidos com recursos captados pela OMS. Esta é a primeira vez que Manaus recebe uma visita como esta.

O objetivo do encontro, principalmente, é fazer com que os doadores de recursos financeiros para a TDR conheçam os resultados de um projeto desenvolvido pela FMT-AM, durante dois anos (2005 e 2006), no município de Coari, no interior do Estado, que culminou em uma nova política nacional de medicamento para o tratamento da malária transmitida pelo plasmódio falsíparo, instituindo-o como medicamento de primeira linha.

Esse tratamento é conveniente para as populações da Amazônia Brasileira, apresentando poucos efeitos colaterais e demonstrando bastante eficácia no controle da doença, uma vez que erradica as formas sexuais do plasmódio, evitando a sua procriação, e em 100% dos casos, o paciente tem cura.

Os visitantes conhecerão, também, a dimensão da representatividade da FMT-AM, que hoje figura-se como instituição de relevância internacional, além de ser referência no país em pesquisa e tratamento de doenças endêmicas. A comitiva estará representando diversos países, como os do continente africano, asiático e do leste europeu.

O TDR é um órgão de incentivo e estímulo na área de pesquisa que se presta a captar doações de países desenvolvidos, que por sua vez, financiam projetos de impactos nas doenças que são consideradas o flagelo da humanidade, como Aids, tuberculose e malária.

Coartem

O “Estudo Comparativo da Eficácia de Quinino + Doxiciclina Vs Artemeter + Lumefantrina (Coartem) para o Tratamento de Malária por Plasmodium falsiparum” nome do projeto desenvolvido pela FMT-AM, com financiamento do TDR, coordenado pela médica Graça Alecrim, acompanhou 350 pacientes do município de Coari durante 42 dias, cada um.

Com o tratamento feito a partir da primeira fórmula, praticado até então em todo o Brasil, os pacientes não apresentavam cura real. Após cinco dias tomando o remédio, os sintomas da malária desapareciam, em 65% dos casos, mas retornavam em pouco tempo, enquanto que o tratamento com o Coartem mostrou 100% de cura em três dias, fato que implicou na mudança nacional da política de medicamento contra a malária.

Além disso, o remédio adotado nacionalmente desde 2006 não apresenta efeitos colaterais como seu antecessor, que provocava tinidos (zumbidos no ouvido) no paciente, nem causa tonturas ou náuseas.

O município de Coari foi escolhido para sediar a pesquisa porque a FMT-AM já mantinha em funcionamento a Rede Amazônica de Vigilância de Resistência às Drogas Antimaláricas (Ravreda), o que facilitou a logística dos estudos.

Sobre o TDR

O Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases – Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais – (TDR) é um programa global e independente de colaboração científica. Criado em 1975 e co-patrocinado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP), Banco Mundial e Organização Mundial de Saúde (OMS), o TDR existe para ajudar a coordenar e apoiar esforços de combate às doenças que flagelam países pobres ou em desenvolvimento.

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Izenilda Farias
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