FVS confirma morte de jogador por hantavírus

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) confirmou que a morte do jogador do Fast Club de Manaus, Wagner Barbosa Vasconcelos, ocorrida no dia 28 de março, foi mesmo causada por hantavirose, doença transmitida por ratos silvestres. O Instituto Evandro Chagas, que funciona em Belém do Pará como laboratório de referência nacional, enviou à FVS laudo que atesta a presença de hantavírus em amostra de sangue do jogador, submetida à investigação sorológica.

Wagner, de 25 anos, começou a sentir-se mal no dia 15 de março. Ele tinha febre, calafrios, dor de cabeça, dores musculares e fraqueza. Mesmo internado no Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara, o quadro do jogador piorou com pressão baixa, dificuldade respiratória e intensificação das dores, o que levou à sua transferência para o Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus e, em seguida, para a UTI do hospital da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM).

Em nota técnica, a FVS explica que o quadro clínico do paciente apontou para a suspeita de dengue, leptospirose, malária e, finalmente, hantavirose.

Para fechar o diagnóstico, além dos testes realizados na FMT e do encaminhamento de amostras de sangue para o Instituto Evandro Chagas, a Fundação de Vigilância em Saúde realizou investigação epidemiológica nas áreas de possível convívio do paciente, com o objetivo de identificar fatores de risco para hantavírus. Foram visitadas residências de parentes e, áreas de trabalho. Também foram coletadas amostras de sangue das pessoas que tiveram contato com Wagner antes do seu adoecimento. O resultado da sorologia está sendo aguardado.

O diretor presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Evandro Melo, informou que os epidemiologistas encontraram vestígios da presença de roedores em vários ambientes por onde o jogador passou, inclusive na chácara que serviu de local de concentração para o time, onde é maior a possibilidade da presença de roedores silvestres. “No entanto a chácara foi descartada como local provável de infecção, uma vez que no dia da concentração o paciente já se encontrava com sintomas de doença”.

A FVS afirma que Itacoatiara não é o local onde provavelmente Wagner foi infectado. “E essa hipótese pode ser definitivamente descartada se a análise do material biológico das pessoas que entraram em contato com o atleta forem negativas para infecção aguda pelo hantavírus”, avalia Evandro Melo.

Durante a investigação, os especialistas identificaram que Wagner Barbosa esteve na cidade Senador Canedo, no estado de Goiás, antes de chegar a Itacoatiara, no dia 20 de fevereiro. “Por este motivo, já encaminhamos notificação para que seja feita uma investigação na cidadel”, diz o diretor.

A hantavirose é uma infecção causada por hantavirus. Os animais que funcionam como “reservatórios” do hantavírus são roedores, geralmente de área rurais ou mesmo peri-urbanas. O vírus é eliminado através da urina e fezes no meio ambiente e a infecção humana se faz através de inalações de aerosóis com partículas virais do meio ambiente. O período de incubação é de 7 a 42 dias.

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