FVS divulga plano de contigência para gripe
A partir de agora todos os passageiros de voos internacionais vindos para o Amazonas que apresentarem febre durante o voo ou nos últimos dez dias serão considerados pela Fundação de Vigilância em Saúde(FVS/AM) casos suspeitos de influenza (gripe) suína e serão monitorados pelos órgãos de saúde pelo período de 10 dias.
Ainda durante o voo os passageiros serão orientados pela tripulação a se apresentarem em caso de febre. A Coordenação Estadual da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a equipe médica da Infraero serão acionadas e a aeronave será posicionada em área remota. O passageiro com suspeita da doença será removido para o Pronto-Atendimento da Infraero no aeroporto. Caso a investigação clínica (relato de outros sintomas associados à doença ou visita recente a países com registro de casos) indique a necessidade de internação e isolamento, o passageiro será encaminhado para a Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM), unidade de referência para o atendimento de pacientes adultos, ou para o Pronto Socorro da Criança Zona Oeste, se o paciente for menor de 14 anos.
Em coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira (28/04), o diretor presidente da FVS, Evandro Melo, explicou que a definição de caso suspeito no Amazonas é mais rigorosa que a do Ministério da Saúde porque o Estado quer o máximo de sensibilidade no monitoramento do vírus. “Dessa forma aumentamos a possbilidade de identificar precocemente a chegada do vírus, se isso acontecer”, disse. Segundo ele, trata-se de precaução, mas não há motivo para pânico. “Ainda não há circulação do vírus no país e as pessoas com sintomas da gripe comum que não estiveram no exterior nos últimos dias não são suspeitas de estar com o vírus da gripe suína”.
Na última segunda-feira (27) duas passageiras vindas dos Estados Unidos, com quadro de febre, foram notificadas como suspeitas. Por não apresentarem outros sintomas associados à doença, as duas foram liberadas. Uma delas mora no Amazonas e a outra, no Ceará. Na tarde desta terça-feira, a acompanhante de uma das passageiras também foi definida como caso suspeito, apesar da ausência de qualquer sintoma. Elas serão apenas monitoradas.
O Amazonas recebe voos internacionais da Cidade do Panamá (Panamá), de Caracas (Venezuela), de Miami e Atlanta (Estados Unidos). Muitos utilizam estes destinos como conexão para chegar ao Brasil, o que eleva a diversidade dos locais de origem dos passageiros que desembarcam no aeroporto internacional Eduardo Gomes, em Manaus e os riscos para a introdução do vírus no Estado.
Além do aeroporto, os portos que recebem navios transatlânticos de passegeiros e cargas serão monitorados pela Anvisa a partir de quarta-feira (29). Valem as mesmas regras aplicadas ao aeroporto internacional.
Pelo grande fluxo de pessoas entre o Brasil e a Colômbia, o município amazonense de Tabatinga, que fica na fronteira, também receberá informações e protocolos de ação para o atendimento de possíveis suspeitos da gripe.
Cem mil folhetos em três idiomas – português, inglês e espanhol – com explicações sobre a doença e locais que devem ser procurados, caso sejam notados sintomas ao longo de dez dias após o desembarque, foram produzidos pela FVS e já estão sendo distribuídos aos que desembarcam dos voos internacionais. Banners com as mesmas informações serão intalados em áreas estratégicas do aeroporto. Para os que saem de Manaus para outros países, serão entregues os folhetos produzidos pelo Ministério da Saúde que alertam para os cuidados necessários.
Controle – O monitoramento dos passageiros que tiveram contato com um suspeito de estar com a gripe suína será feito pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa/Manaus), durante dez dias após o desembarque. Uma lista com o nome e telefones de contato de todos que viajaram com o suspeito será encaminhada pela Anvia à Secretaria. O secretário municipal de saúde, Francisco Deodato, destacou que o município está preparado para fazer o acompanhamento dos casos. “Não seremos pegos de surpresa. Estamos tabalhando com planejamento e temos o manejo técnico bem definido”, garantiu. O secretário também destacou a preocupação com medidas de proteção para os profissionais da saúde. Todos que trabalharem em serviços de saúde, independente da função, serão orientados.
Os que apresentarem sintomas da gripe suína serão submetidos a exames laboratoriais para confirmar ou não a presença do vírus no organismo. Os exames são feitos a partir de secreção de orofaringe e serão encaminhados para análise no Instituto Evandro Chagas, no Pará, que é o laboratório de referência para a região Norte.
Capacitações específicas serão oferecidas pela Fundação de Medicina Tropical (FMT) aos profissionais da rede de saúde e à equipe de plantão médico da Infraero, a partir desta quinta-feira (29). Uma Nota Técnica com orientações sobre a doença e recomendações para o atendimento de casos suspeitos já está sendo distribuída pela FVS para todas as undiades da rede pública e privada da capital.
O coordenador da Anvisa no Amazonas, Jerfeson Caldas, disse que equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, já estão disponíveis para uso das equipes de saúde no aeroporto.
Plano – As medidas para o monitoramento do vírus da gripe suína do Estado estão contempladas no Plano Estadual de Contingência, elaborado por um Comitê Estadual formado por representantes da Secretaria de Estado da Saúde/Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT/AM), Infraero e Anvisa.
A FVS determinou a reinstalação do Comitê no último domingo a partir dos alertas emitidos pela Organização Munidal de Saúde e Ministério da Saúde. O Plano contempla detalhamento de ações, responsabilidades e protocolos e foi adaptado do primeiro plano estadual de contingência, elaborado em 2005, diante da ameaça de pandemia de gripe aviária. “Os protocolos estão em fase de implantação e estamos atentos às mudanças do cenário nacional e internacional para promover adaptações, se necessário”. Atualmente as medidas estão adequadas para o nível de alerta (4) definido pela Organização Munidal de Saúde. “De acordo com os níveis de alerta os protocolos podem mudar”, explicou.
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