FVS vai atuar em áreas indígenas

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) irão atuar juntas no combate à malária em áreas indígenas localizadas no Estado. Um acordo foi assinado ontem (26) entre os dois órgãos para viabilizar ações nos municípios onde existem aldeias indígenas expostas à doença. O objetivo é estender para essas localidades as atividades de rotina estabelecidas pelo plano estadual de controle da malária, e garantir a sustentabilidade do trabalho, que gerou em 2006, uma redução de 30% dos casos da doença em todo o Estado.

Pelo acordo, a Funasa, responsável pela saúde indígena em todo o território nacional, continuará realizando diagnóstico e tratamento para malária no Amazonas, mas deixará por conta da FVS a coordenação das etapas de controle vetorial (identificação de áreas com concentração de mosquitos e medidas de combate ao vetor na fase adulta e larvária).

De acordo com o diretor presidente da FVS, a programação das ações de campo já está fechada e prevê a aplicação de borrifação intradomiciliar, termonebulização (fumacê) e monitoramento da densidade vetorial em 658 aldeias, distribuídas em 25 municípios do interior, localizados no Vale do Javari, Alto Solimões, Médio Solimões e afluentes, Alto Rio Negro, e Médio Purus. Nos municípios já certificados pelo Ministério da Saúde para o controle de endemias – oito no total – o trabalho será coordenado e executado pelas secretarias municipais de saúde. Nos outros 17 municípios, a coordenação e execução será feita pela FVS.

Nos 25 municípios onde estão localizadas as aldeias que serão foco do trabalho da FVS, foram registrados, de janeiro a maio deste ano, 13 mil casos de malária (27% do total de casos do Estado). Destes, cerca de 20% (2,8 mil) ocorreram entre indígenas.

Durante a assinatura do acordo, Evandro Melo destacou que em alguns municípios a participação de casos de malária em indígena é superior a 80% dos registros totais. Esse é o caso de Tabatinga, onde a população indígena representou nestes primeiros meses do ano, 95,5% dos casos registrados. Em Atalaia do Norte, Itamarati e São Paulo de Olivença, a participação de casos entre índios foi acima de 83%. Em Santa Izabel do Rio Negro, foi de 72,5%. Nos demais, a participação foi menor, variando entre 50% e 5%.

O coordenador regional da Funasa, Francisco José Ayres, disse que sem a participação do Governo do Estado não seria possível alcançar todas as áreas indígenas com risco de transmissão de malária, a maioria delas localizadas em locais remotos e de difícil acesso.

Para viabilizar a realização do trabalho até o final de 2006, a Funasa irá repassar à Fundação de Vigilância em Saúde e às prefeituras, cerca de R$ 535 mil. O acesso a 100% das aldeias mapeadas como prioritárias para o controle da malária será feito via fluvial.

Malária está em queda no Amazonas

Desde o último trimestre de 2005 os números da malária vêm caindo no Amazonas. De acordo com as estatísticas do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológicas (Sivep), do Ministério da Saúde, a queda mais acentuada foi registrada nos primeiros quatro meses deste ano.

No Estado, de janeiro a abril, a redução no número de casos foi de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, o que significa que 20 mil pessoas deixaram de adoecer por malária. Em Manaus, a redução chegou a 46,3%, com 11 mil casos a menos que o registrado no primeiro quadrimestre de 2006.

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