FVS vai avaliar risco da população à dengue

A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) vai realizar, a partir desta segunda-feira (28), um estudo sobre o risco de infecção da população de Manaus pelo vírus da dengue.

O objetivo é identificar as localidades da capital mais vulneráveis à doença e a distribuição dos três sorotipos do vírus que já circulam no Estado, por zona geográfica. As conclusões servirão para orientar na definição das ações de controle e prevenção da doença.

O estudo, chamado 1º Inquérito Sorológico da Dengue, será realizado apenas em Manaus, que concentra 99% dos casos registrados no Amazonas. Durante 20 dias, 1.391 pessoas residentes na área urbana serão abordadas pelas equipes da FVS.

Será aplicado um questionário e feita uma coleta de sangue pelo método de punção digital (furada no dedo). As amostras serão enviadas para exame de laboratório. O exame será feito para os quatro sorotipos do vírus, embora no Brasil circulem apenas os tipos 1,2 e 3.

Para a definição das amostras, a FVS contratou o Departamento de Estatística da Universidade Federal do Amazonas, que definiu, para a coleta de informações, 54 extratos distribuídos em todos os bairros de Manaus. Nas residências selecionadas, haverá um sorteio para identificar o morador que participará do estudo. Todas as faixas etárias serão contempladas, a partir de 1 ano de idade.

“O inquérito irá nortear as medidas de controle da doença, reduzindo os riscos de epidemia”, informa o diretor presidente da FVS, Evandro Melo. Ele explica que os testes serão feitos no Laboratório de Virologia da Universidade Federal de Ribeirão Preto, com quem a Fundação estabeleceu acordo de cooperação técnico-científica.

“Dois bioquímicos da FVS irão participar da realização dos exames e serão capacitados para implantar a técnica no Laboratório Central do Amazonas (Lacen)”. Trata-se do método Elisa em papel filtro, ainda não realizado no Estado.

A implantação da técnica no Lacen vai permitir, por exemplo, que os municípios do interior realizem coletas de sangue de forma simples e rápida (com apenas uma furada no dedo e a impressão do sangue em papel especial) e encaminhem as amostras, até por carta, para os testes na capital. “Isso poderá ser feito na rotina ou em situações especiais, evitando as grandes logísticas para coleta, preservação e envio, exigidos com as amostras tradicionais”, explica Evandro Melo.

Este 1º Inquérito vai contemplar também o teste para o vírus da febre amarela. “Não temos risco de epidemia da doença, mas vamos aproveitar o estudo para validar a cobertura vacinal da febre amarela”, informa o diretor técnico da FVS, Bernardino Albuquerque. Segundo ele, 91% da população estava imunizada contra a doença até o final de 2007.

O inquérito sorológico da dengue é inédito no país por contemplar toda a capital. “Já são realizados no país inquéritos pontuais, que focam apenas algumas regiões das cidades.

Os resultados do trabalho devem ser apresentados no final de março.

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