Governo decreta estado de emergência em nove municípios

O governador do Amazonas, Omar Aziz, decretou nesta quarta-feira (9) estado de emergência para dengue em nove municípios amazonenses. A capital Manaus, além de Humaitá, Nova Olinda do Norte, Barcelos, Lábrea, Tefé, Coari, Codajás e Itacoatiara definirão planos emergencias para combater o mosquito Aedes aegypti e controlar a doença. Dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) apontam que a associação do número de casos com o índice de infestação pelo Aedes aegypti no mês de janeiro indicam gravidade epidemiológica nestas cidades e exigem das autoridades atuação imediata.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, a Secretaria de Saúde de Manaus já foi orientada a definir um novo plano de controle para a capital. Prefeitos e secretários de saúde dos demais municípios atingidos pelo decreto reúnem-se ainda nesta semana em Manaus para elaborar seus planos emergenciais. Os planos deverão considerar o cenário atual e conter as estratégias para intensificar as ações nas áreas de vigilância epidemiológica, atenção ao paciente, controle do mosquito, mobilização social, notificação de casos, capacitação de pessoal, interação institucional e coleta de lixo.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/AM), atualizado nesta terça-feira (8) mostra que em todo o Estado, desde o dia 1º de janeiro deste ano, foram notificados 4.671 casos de dengue, dos quais 1.173 confirmados. O número de notificações já alcança o total de casos confirmados em 2010 (4.182) e representa a metade dos registros de 2008 (8,5 mil casos confirmados).
Manaus é o município com o maior número de notificações, 3.082, e 1.161 casos confirmados. Em Tefé as notificações chegaram a 526, embora haja apenas 1 caso confirmado da doença. Em Coari, existem 185 casos notificados e em Lábrea, 170.

Nos demais municípios o número de notificações é pequeno. No entanto, é alta a população de mosquitos. O último Levantamento do Índice Rápido de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado em janeiro, mostra que nos nove municípios os índices variam de 4,2% (Coari) a 6,1% (Lábrea). Os índices são considerados de muito alto risco.

A ocorrência de mortes também preocupa a Secretaria de Saúde, segundo Wilson Alecrim. Além das quatro mortes registradas até a semana passada, mais duas que estavam em investigação, foram confirmadas ontem.

O Amazonas está incluído no grupo dos 16 estados brasileiros com maior risco de epidemia, segundo critérios do Ministério da Saúde. Entre os motivos está a vulnerabilidade da população principalmente aos sorotipos 1 e 3, com pouca circulação, a recente entrada do vírus tipo 4. Além disso, contribuem para os risco a presença do mosquito em 28 dos 62 municípios, e a alta mobilidade populacional.

Interiorização – Sete dos nove municípios que se encontram em estado de emergência já haviam sido considerados pela Susam de alto risco para uma epidemia e já haviam recebido orientações da Fundação de Vigilância em Saúde para adequação de seus planos de contingência.

Segundo o secretário Wilson Alecrim, outros sete municípios do interior do Amazonas também estão sendo monitorados com prioridade, apesar de apresentarem menor risco de transmissão da doença: Tabatinga, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Borba, Manacapuru, Novo Airão e São Gabriel da Cachoeira. Nestes, foi observado aumento dos casos até o segundo semestre de 2010, porém com declínio no final do ano.

O secretário informa que a interiorização da dengue se intensificou em 2010, quando os municípios passaram a contribuir com 62% do total de casos do Estado. Em 2009, Manaus concentrava 80% do total de registros.

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