Governo do Amazonas garante a realização de 70 transplantes de rim, somente este ano
No Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz 46 pacientes que receberam doação de pessoas vivas e 24 de doadores falecidos
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O Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, unidade da Secretaria de Estado de Saúde, já realizou, de janeiro a setembro deste ano, 70 transplantes de rins, sendo 46 de doadores vivos e 24 de pessoas falecidas. Os transplantes de rim são os de maior demanda no país.
A unidade começou a realizar, em 2023, transplante de rim com doador vivo. A partir de junho deste ano, iniciou a oferta do procedimento com doador falecido. O Hospital Delphina Aziz se prepara para oferecer transplantes de fígado, conforme anunciou o governador Wilson Lima. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) já atua nesse sentido.
A secretária estadual de Saúde, Nayara Maksoud, ressalta que o Governo do Amazonas tem avançado muito na construção de um programa de transplantes altamente qualificado.
“Os números mostram a evolução e a tendência é que aumente, principalmente com a massificação de informações sobre a importância da doação de órgãos e o que esse gesto solidário representa para quem precisa”, destaca.
Segundo a coordenadora estadual de Transplantes do Amazonas, a médica Isabela Seffair, a alta demanda por transplante de rim está relacionada, em parte, à grande incidência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que, quando não controladas, evoluem para insuficiência renal.
“É uma sequência de situações. A insuficiência leva à necessidade de diálise, que é um procedimento através do qual uma máquina faz o papel do rim, filtrando e limpando o sangue. Nos casos irreversíveis, em que o órgão deixa de funcionar efetivamente, o paciente necessita do transplante”, explica Isabela Seffair. A coordenadora reforça a importância da prevenção, acompanhamento e controle das doenças crônicas na atenção básica, para que não evoluam.
Além do procedimento de rim, a rede estadual de saúde realiza também transplante de córnea, tecido transparente situado na região anterior do globo ocular, cuja função é refratar e transmitir a luz. De janeiro a setembro, foram feitos 58 transplantes desse tipo no Estado.
Solidariedade
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Quem recebe um órgão é grato pela decisão de alguém de fazer o bem e salvar uma vida. É o caso da assistente administrativa Patrícia Soares de Almeida, de 44 anos. Em 29 de junho deste ano, ela recebeu um rim de um doador falecido.
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“Eu sou extremamente grata ao doador e à família dele que, mesmo no momento de dor, tomou a decisão de salvar uma vida, a minha. Eu nasci novamente no dia do meu transplante”, disse.
Patrícia conta que descobriu a doença renal crônica em 2022 e em setembro de 2023 iniciou a hemodiálise. Nesse período, diz ela, um dos seus rins só funcionava com 17% da capacidade.
“Quando fui chamada para o transplante, a situação era ainda pior. Eu só tinha um rim funcionando, com 11% da sua capacidade. Receber a ligação de que eu deveria ir até o hospital, porque tinha um órgão para mim, foi um momento de extrema felicidade. Eu estava com meu esposo quando o telefone tocou e eu lembro que não sabia o que fazer. Só queria chegar logo no hospital”, relata emocionada.
Patrícia enfatiza a importância de se declarar doador, principalmente para a família, que é quem vai tomar a decisão no momento do óbito. “Onde eu posso falar sobre doação de órgãos, eu falo. Salvou a minha vida e se outras pessoas decidirem fazer o mesmo, vão salvar outras também”, declarou.