Governo estuda alternativa para revalidar diploma médico
O Governo do Amazonas estuda a criação de uma nova alternativa para a revalidação do diploma de médicos formados no exterior. O objetivo é aumentar o número de profissionais aptos a exercer a profissão, ampliando as possibilidades de contratação, principalmente para as unidades de saúde do interior do Estado.
Segundo o secretário Wilson Alecrim, a Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) já começaram a discutir os detalhes de um programa de revalidação, que deve ser implantado no próximo ano.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (12), durante a abertura do 1º Congresso de Secretários Municipais de Saúde e 3º Encontro de Gestores da Saúde do Interior do Amazonas, que reúne em Manaus, até sexta-feira, secretários de saúde, diretores de hospitais e coordenadores de Atenção Primária dos 61 municípios do interior, para a discussão da melhoria da qualidade dos serviços oferecidos à população, incremento da gestão e criação das redes de atenção materno-infantil (rede Cegonha) e de Urgência e Emergência.
Na avaliação do secretário, a revalidação do diploma pode reduzir o grave problema da carência de profissionais para suprir as necessidades dos municípios do interior do Estado.
Ele destacou que apenas a Escola Latino Americana de Medicina, em Cuba, já formou 412 médicos brasileiros. “Destes, apenas 15% revalidaram o diploma e estão atuando no país”, disse.
Wilson Alecrim vem participando de discussões junto ao Ministério da Saúde para a criação de alternativas que torne mais ágil e menos onerosa a revalidação do diploma de médico. Segundo ele, o currículo do curso de Medicina da escola cubana é semelhante ao da Universidade do Estado do Amazonas e as lacunas existentes, como o conhecimento da gestão do SUS, podem ser oferecidas de forma complementar pela UEA.
De acordo com o secretário, há falta de médicos em todo o país. “Recentemente o Rio de Janeiro anunciou a contratação de médicos com salários acima da média, com moradia e alimentação para preencher vagas na Atenção Básica”.
No Amazonas, a grande maioria dos profissionais está concentrada na capital, onde ainda assim faltam especialistas. São 3,6 mil médicos em Manaus e apenas 420 no interior. “Mesmo com salários que passam dos 20 mil reais não conseguimos fixar médicos nos municípios. A preferência é sempre pelas capitais e, naturalmente, pelos centros mais desenvolvidos, onde ainda há ampla oferta de trabalho”, disse.
Estado e municípios discutem criação de novo modelo de assistência
O 1º Congresso de Secretários Municipais de Saúde e 3º Encontro de Gestores da Saúde do Interior do Amazonas seguem até a próxima sexta-feira.
Uma dos principais focos do evento é a criação das redes de assistência na área materno-infantil (rede Cegonha) e de Urgência e Emergência. As redes serão formadas por unidades e serviços de referência organizados para garantir o acesso e o atendimento desde a entrada do usuário até o fim do tratamento.
Inicialmente o modelo será implantado em quatro Regionais de Saúde (Rio Negro-Centro Regional, Rio Negro-Solimões, Médio Amazonas e Alto Solimões), onde estão distribuídos 35 municípios que reúnem 80% da população do Estado. A criação das redes será iniciada já em 2012.
Integral – O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, garante que a principal vantagem das redes de saúde será a garantia integral de atendimento para o paciente, mesmo que este precise ser feito em várias unidades de saúde e em mais de um município.
Ele ressaltou que a porta de entrada para o sistema de saúde deve ser efetivamente a unidade básica de saúde o programa Estratégia Saúde da Família. “Quando o paciente chega a uma unidade de média complexidade é porque o sistema falhou na base e isso tem que ser revertido”.
Segundo o secretário, um atendimento na rede básica custa cerca de R$ 30,00, sobe para R$ 70,00 na média complexidade e chega a R$ 210,00 na alta complexidade.
Alecrim explica que a criação do novo modelo de redes é uma proposta do Ministério da Saúde, incluída na recente regulamentação da Lei 8080 (de criação do SUS), feita por meio do decreto 7508/2011.
Parceria – Isabel Senra, coordenadora geral de Cooperação Interfederativa do Ministério da Saúde participou do evento, apontando as principais mudanças trazidas pelo decreto. Ela destacou a interação entre os municípios e os Estados para que os serviços necessários à população sejam oferecidos de forma adequada e para todos.
O secretário executivo de Assistência à Saúde do Interior, Evandro Melo, destacou que várias iniciativas vêm sendo implementadas pelo Governo do Estado para ampliar os serviços oferecidos à população do interior, como cirurgias em sistema de mutirão, o programa estadual de Telessaúde e a implantação do Consórcio de Saúde do Alto Solimões. “É determinação do governador Omar Aziz que a Saúde tenha cada vez mais capacidade para atender e resolver o problema do paciente e que, além disso, seja capaz de aliar excelência técnica com humanização”, observa Melo.
O 1º Congresso de Secretários Municipais de Saúde e o 3º Encontro de Gestores da Saúde do Interior do Amazonas são promovidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems/Am).
__________________________________
Secretaria de Estado da Saúde – SUSAM
Assessoria de Comunicação – (92) 3643-6327
Andréa Arruda e Francismar Lopes
Twitter:@saudeamazonas
Facebook: Saude Amazonas
comunicacao@saude.am.gov.br