Governo implanta exame laboratorial de hepatites B e C

O Governo do Amazonas está implantando na rede estadual de saúde o exame de carga viral para o diagnóstico laboratorial das hepatites B e C e de genotipagem para hepatite C. Está incorporando, também, dois novos medicamentos no esquema de tratamento da hepatite C. As ações fazem parte da estratégia do Ministério da Saúde, de ampliar a rede de diagnóstico e tratamento dessas patologias no Brasil. Os exames passarão a ser feitos na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Susam). Até o momento, eram realizados, exclusivamente, por meio do Sistema de Regulação (Sisreg) e em clínicas privadas.

Para incorporar a tecnologia, a equipe de bioquímicos da FMT-HVD receberá treinamento com foco na operacionalização do equipamento, que permite a realização do teste. O curso será realizado na FMT-HVD, no período de terça-feira (16) até quinta-feira (18), no horário de 8h às 17h.

O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, destaca que os dois novos medicamentos que serão inseridos no esquema de tratamento da hepatite C (boceprevir e telaprevir), são indicados para os casos crônicos da doença. O tratamento de seis meses, por paciente, custa R$ 90 mil, com boceprevir, e R$ 60 mil, com telaprevir. “A introdução desses medicamentos é resultado de um esforço do Governo do Amazonas junto ao Ministério da Saúde, em razão da importância epidemiológica que as hepatites crônicas B e C têm na nossa região”, afirmou.

Os medicamentos, ainda em fase de incorporação, farão parte do elenco da assistência farmacêutica estadual, assim como os demais já utilizados para o tratamento desse agravo. Alecrim afirma que as equipes de profissionais da saúde já começaram a ser treinadas, para administração das novas drogas, que começarão a ser utilizadas na rotina de atendimento, ainda neste semestre. A incorporação está sendo executada pela Coordenação Estadual de DST/Aids e Hepatites Virais, vinculada à FMT-HVD, em parceria com a assistência farmacêutica.

O secretário explica que, no caso dos exames de diagnóstico das hepatites B e C, o grande ganho será de tempo. “Na capital, o laudo será divulgado dentro de sete dias úteis, prazo estimado para coleta, processamento, análise laboratorial e disponibilização do resultado no Sistema de Gerenciamento de Atividades Laboratoriais”, esclarece. O sistema permitirá a visualização online do laudo pelo profissional responsável, na unidade de saúde onde o paciente realiza o tratamento. Atualmente, o tempo médio de espera é de quatro meses e o paciente é tratado com base no diagnóstico clínico, feito pelo médico.

O secretário frisa que, no interior, os resultados também deverão estar disponíveis em até sete dias úteis, nos municípios que já contam com o Sistema de Gerenciamento de Atividades Laboratoriais implantado. A implantação, ainda em andamento, está sendo coordenada pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). Nas demais localidades, a divulgação do resultado será feita através de logística coordenada pela FMT-HVD, com apoio das unidades de representação da Susam.

A diretora-presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim, destaca que, para o paciente com suspeita das doenças, a rotina de atendimento não muda. “Caso haja suspeita, a orientação é que a pessoa continue procurando a unidade de saúde mais próxima de casa. O profissional de saúde daquela unidade é que será responsável pelo encaminhamento do paciente para a realização do exame na FMT-HVD”, esclarece. As coletas serão realizadas no período de segunda-feira à sexta-feira. No caso do interior, o paciente terá o material orgânico recolhido na unidade de saúde da sua cidade. Este material será entregue pelas representações na FMT-HVD, evitando que o paciente se desloque até a capital. No ano passado, 515 pacientes atendidos na FMT-HVD tiveram diagnóstico positivo para hepatites (A,B C e D) confirmados por laboratório.

A gerente de diagnóstico da FMT-HVD, Yonne Chehuan, explica que o exame de genotipagem de hepatite C é um exame de acompanhamento, posterior à fase de diagnóstico da patologia. Permite verificar se o esquema de tratamento adotado pelo médico está sendo eficaz no combate à doença. “A genotipagem do vírus da hepatite C é uma importante ferramenta para prognóstico. Simplificando: a metodologia serve para identificar se a droga ministrada no paciente está adequada ao quadro clínico e surtindo o efeito esperado”, disse.