Haitianos terão cadastro no SUS

As Secretarias Estadual de Saúde do Amazonas (Susam) e Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) realizam, na quinta-feira (1) e sexta-feira (2), o cadastro dos haitianos residentes em Manaus no Sistema Único de Saúde (SUS) para concessão do cartão do SUS, que garante o acesso aos serviços oferecidos na rede pública.

O cadastro dos imigrantes será feito em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital e ocorrerá durante o horário de funcionamento dos postos, que vai das 7h às 18 horas.

Principal porta de entrada dos haitianos no Brasil, o Amazonas está montando em parceria com a Organização Internacional Médicos Sem Fronteiras uma estratégia pioneira no País para facilitar o atendimento dos imigrantes nas unidades do sistema público de saúde.

Além do cadastro dos haitianos no SUS, fichas médicas utilizadas pelos profissionais de saúde nas consultas e um mapa das unidades e serviços oferecidos no sistema estadual de saúde pública foram traduzidos para o creole, um dos idiomas oficiais do Haiti.

Coordenadora do projeto da Organização Médicos Sem Fronteiras de atenção aos haitianos no Amazonas, Débora Noal, explica que essa é uma medida que vai facilitar tanto o trabalho dos profissionais quanto o entendimento dos imigrantes sobre o sistema de saúde pública brasileiro.

““Nesse momento, eles ainda não falam o português e não entendem como funciona a saúde no Brasil. Lá no Haiti, por exemplo, o sistema não é gratuito. Eles vão ser inseridos no sistema com o cartão do SUS e, ao mesmo tempo, será possível saber o número exato de haitianos em Manaus, as condições de saúde deles, que tipo de doenças possuem, se possuem, e ainda se é necessário algum tipo de intervenção em saúde pública””, enfatizou.

Em casos de dificuldade no atendimento por causa do idioma, os profissionais de saúde poderão ligar para o número (92) 8827-7544 para pedir auxílio. O número está sendo disponibilizado pela Igreja Católica e será atendido por pessoas que conhecem o idioma do Haiti. “

“Se a pessoa estiver lá na unidade de saúde, com dificuldade de atender o haitiano, sem saber se comunicar, ela vai poder ligar porque terão algumas pessoas que falam tanto o creole quanto o português. Até mesmo os haitianos, se estiverem passando por algum problema de saúde, podem ligar para esse número para pedir orientações””, explicou Noal.

Nesta terça-feira (28), em outra frente para melhorar o atendimento aos haitianos, a Organização começou a fazer o treinamento de profissionais da saúde que atuam na rede pública. “A proposta é montar uma estratégia de cuidado que dê conta de um sistema de prevenção e de promoção de saúde e de assistência direta. “Até porque é uma minoria de haitianos que está adoecendo. A maioria deles tem uma boa condição de saúde, obviamente levando em consideração as condições precárias de alimentação e moradia””, frisou.

O dermatologista Luiz Cláudio Dias, da Fundação Alfredo da Matta, conta que já atendeu alguns haitianos e sentiu dificuldades por causa do idioma. Para ele, as estratégias criadas para melhorar o acolhimento dos novos imigrantes são uma forma de sensibilizar os profissionais de saúde sobre as necessidades do povo haitiano.

““É importante que os profissionais de saúde entendam as dificuldades e limitações que esses imigrantes enfrentam e fiquem sensíveis para fazer um atendimento diferenciado no sentido de atender melhor e conseguir perceber qual a necessidade de cada um e conduzir as questões de saúde da melhor forma possível””.


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