Ipixuna registra 11 mortes por rotavírus

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) está enviando nesta terça-feira (13), via aérea, meia tonelada de medicamentos e dois médicos – um infectologista e um pediatra – para o município de Ipixuna, a 1.368 quilômetros de Manaus, onde está ocorrendo, desde o final de agosto um surto epidêmico de gastroenterite, causada por rotavírus. Até o momento foram registrados 134 casos e 11 mortes. A doença está atingindo principalmente crianças e todas as mortes ocorreram em menores de cinco anos. Dezessete pessoas continuam internadas no hospital local.

Ontem à tarde, o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, disse em entrevista coletiva, que os órgãos de saúde estaduais darão o suporte necessário para ajudar as autoridades municipais a conter o surto. Estão sendo enviados para Ipixuna soros para hidratação, medicamentos anti-eméticos (para conter vômitos), luvas, gases, fraldas descartáveis e 10 mil frascos de hipoclorito para que a população despeje na água utilizada para o consumo.

A notificação dos casos registrados em Ipixuna foi feita à Susam no último dia 2. Técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), da Fundação de Medicina Tropical (FMT) e da Secretaria Executiva de Assistência ao Interior foram até o município para coletar amostras que estão sendo submetidas a exames no Laboratório Central. A secretária de Assistência ao Interior, Heliana Feijó, e o infectologista da FMT, Antônio Magela, também estiveram no município. De acordo com o primeiro relatório emitido pela Vigilância Epidemiológica do Estado, 53% dos casos de rotavírus estão concentrados na área urbana do município e 47%, na zona rural. Os locais de ocorrência das mortes foram a área indígena do Piau e de Penedo, os seringais de Ituxi e Japurá, e a comunidade Porto Alegre, além do conjunto Alírio Marques e o bairro da Torre.

Segundo o secretário Wilson Alecrim, a primeira suspeita em relação aos casos foi de que se tratava de cólera. “No entanto, a hipótese foi descartada com resultados de exames que apontaram para o rotavírus”.

Alecrim explicou que o rotavírus é transmitido por contato direto, por contato com vômito e fezes com o vírus e pela ingestão de água e água e alimentos contaminados. “As crianças estão mais expostas, especialmente as que vivem em ambiente sem higiene adequada”. Segundo o secretário, os sintomas da doença são vômito, mal estar, febre e diarréia intensa, o que pode causar a desidratação e levar à morte. Ainda não há vacina disponível para o rotavírus e o tratamento é feito para aliviar os sintomas. A principal providência é a hidratação oral ou venosa, por meio de soros.

A equipe de Vigilância Epidemiológica estadual, em parceria com as equipes locais já deu início à busca ativa de casos e está alertando a população para a prevenção contra a doença. Um treinamento para monitorização das doenças diarréicas agudas foi ministrado para 45 profissionais do município.

O secretário destacou que foram notificados outros casos em municípios próximos de Ipixuna como Rio Branco (AC), Guajará e Cruzeiro do Sul.

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