Malária aumentou 15% na Amazônia Legal
Com crescimento de 15% em 2003, a região responde por 98% do total registrado no Brasil e está concentrada principalmente em 63 municípios, onde ocorrem atualmente cerca de 80% das notificações. Manaus e Porto Velho são as capitais mais atingidas e respondem por 30% dos casos. Desmatamentos e ocupação desordenada de terra são foco central da proliferação da doença.
“Para reverter esta situação é preciso total integração das esferas municipal, estadual e federal em ações que vão além da identificação do doente e do combate ao mosquito”, disse ontem o secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, durante palestra inaugural da 4ª Reunião de Avaliação do Programa Nacional de Controle da Malária, que acontece até hoje no Tropical Hotel. Barbosa declarou que o crescimento da malária está diretamente associado aos desmatamentos e à ocupação desordenada de terras, fatores que favorecem a contaminação e proliferação do Anopheles darlingi, o mosquito transmissor.
A reunião, da qual participam secretários de todos os estados da Amazônia Legal, tem como objetivo avaliar os números da doença na região e discutir estratégias de controle, considerando a realidade social, sanitária e ambiental de cada Estado. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2003 foram notificados mais de 400 mil casos de malária no Brasil. Em 1999, ano em que Estados como o Amazonas viveram a maior epidemia de malária registrada no País, foram registrados 600 mil casos. “A expectativa era de que em 2003 chegássemos a 800 mil, o que conseguimos evitar graças a ações efetivas de combate”.
Jarbas Barbosa defendeu a associação dos governos estaduais e municipais para o desenvolvimento de estratégias de controle da doença e redução de casos. “Tivemos experiências desastrosas com a falta de articulação técnica e política entre as esferas de poder”. O secretário acrescentou que em 2004, o Ministério da Saúde vai concentrar ações de assessoria e supervisão nos 44 municípios da Amazônia Legal onde os índices da malária se mantém altos desde 99.