Malária cai 25% em outubro
O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus, por meio de suas secretarias de saúde e órgãos de controle e tratamento de endemias, concluíram o primeiro relatório consolidado dos resultados obtidos com as ações do plano cooperado para o controle e prevenção da malária em Manaus.
Nos primeiros 15 dias de outubro houve uma redução de 25% na ocorrência da doença na capital. Neste período, foram registrados 2.277 casos positivos de malária contra 3.035, notificados na quinzena anterior (16 a 31 de setembro). Os resultados estão dentro do esperado, de acordo com os secretários estadual e municipal de saúde, Jesus Pinheiro e Wilson Alecrim, respectivamente. “A tendência é de que a queda se acentue em conseqüência do conjunto de ações que estão sendo realizadas tanto na área ambiental quanto na área de diagnóstico e assistência”, estima Alecrim.
Com as ações do plano cooperado, Estado e município esperam uma queda de 40% no número de notificações na capital, em relação ao terceiro trimestre deste ano. A estimativa é que 6,6 mil pessoas deixem de adoecer até o final do ano.
O relatório consolidado do plano operacional mostra que, no período de 16 de setembro a 15 de outubro, foram colhidas 43,3 mil lâminas para o diagnóstico da malária. A coleta foi feita nos postos de diagnóstico das zonas Leste, Norte e Oeste e por meio de busca ativa – visita dos agentes de saúde às casas localizadas nestas áreas, consideradas prioritárias para o controle da doença. Além de se submeter ao exame de diagnóstico e receber os medicamentos em casa, os moradores das localidades de risco também
receberam instruções para prevenir e tratar a malária. Em 30 dias, as visitas atingiram quase cinco mil residências.
No mesmo período, mais de três mil imóveis foram protegidos com a borrifação intra-domiciliar, técnica que permite impregnar as paredes das casas com inseticida que pode permanecer ativo por mais de três meses. Em 112 localidades foram feitos ciclos completos de borrifação espacial – três aplicações em intervalos regulares para eliminar mosquitos adultos em áreas próximas às matas e igarapés.
Para eliminar criadouros e evitar as condições de proliferação do mosquito – água parada em locais sombreados – mais de 15 quilômetros de igarapés tiveram as margens limpas e retificadas e tiveram o leito desobstruído. As equipes ainda irão trabalhar em outros oito quilômetros de igarapés localizados principalmente nas zonas Oeste e Norte.
Para o diagnóstico e tratamento da malária foram comprados estoques de insumos laboratoriais como álcool, algodão, larvicidas, laminas, e substância química. Também foram adquiridas 30 roçadeiras, utilizadas para limpar as margens dos igarapés identificados como criadouros das larvas do mosquito, 10 motores de popa e 12 motos, destinadas ao transporte dos agentes de endemias responsáveis por visitar as comunidades mais distantes para realizar o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Cerca de 80 bombas termonebulizadoras foram reformadas e também já estão sendo utilizadas pelos agentes.